Os melhores citrinos estão no Algarve

Na história que lhe damos a conhecer nesta edição da Revista Business Portugal a laranja algarvia é a protagonista. Para lhe trazer este relato, rumamos até ao Algarve, mais concretamente até à Parafrutas – Citrinos do Algarve, onde formos recebidos por Armindo Evangelista, que em conversa recordou a génese do negócio fundado há cerca de 30 anos e que desde então se dedica à qualidade dos seus produtos.

A Parafrutas surgiu pelas mãos de Armindo Evangelista em 1993 e desde então dedica-se à produção e comercialização de citrinos. Em conversa com a Revista Business Portugal, recordou os primórdios do negócio, marcados pelo trabalho e dedicação a uma atividade que “já estava no sangue”. “A empresa foi crescendo pouco a pouco. Começámos por vender pequenas caixas de fruta aos mercados, que comprávamos, sobretudo, ao estrangeiro. Com o passar dos anos começámos a apostar mais nos citrinos do Algarve e hoje são eles a nossa estrela principal”. Decorridos cerca de 30 anos, o projeto que começou “com uma brincadeira” explora atualmente, direta e indiretamente, cerca de 700 hectares de terra, de onde provêm as frutas de sabor intenso e qualidade excecional.

Laranja é a protagonista
Na Parafrutas, a variedade de citrinos é grande, mas é a laranja a estrela principal. Com variedades que vão desde a Navelina, à D. João, Armindo Evangelista assume que apenas comercializa laranjas do Algarve. O motivo é simples: são laranjas únicas de sabor inigualável. “A Laranja do Algarve caracteriza-se por ser uma laranja ‘feia’ de apresentação, mas com um sabor intenso e único. Costumo dizer que a nossa laranja se vende pelo conteúdo e não pela apresentação. Somos únicos, porque a nossa costa permite-nos produzir laranjas de qualidade e sabor excecionais”. É dos cerca de 700 hectares de terra que explora um pouco por todo o Algarve, que a Parafrutas obtém a estrela da casa e que lhe permitem produzir e comercializar laranja de qualidade durante todo o ano. “Acredito que o Algarve ainda é dividido em três partes, no que diz respeito à produção de laranja: Tavira, Faro e Silves. Não nos podemos esquecer que cada um destes territórios tem as suas especificidades, que vão desde os diferentes tipos de solo aos diferentes graus de humidade, tornando-se assim mais viáveis para a produção de determinadas variedades de laranja. Ter explorações em diferentes partes da região algarvia permite-nos produzir e comercializar laranjas de diferentes variedades e de qualidade durante todo o ano”.

Laranja algarvia reconhecida internacionalmente
A qualidade inquestionável do produto produzido e comercializado ditou o sucesso da empresa algarvia que tem vindo a consolidar a sua presença no mercado internacional. É com orgulho que o entrevistado recorda os primeiros passos dados pela Parafrutas no mercado internacional, com a entrada nos mercados da Roménia e da Noruega. “Fui o primeiro a exportar laranja do Algarve para a Roménia e para a Noruega, mercados com os quais ainda trabalhamos”. A estes juntam-se ainda França, Espanha, Angola, Cabo Verde, Holanda, Polónia e, mais recentemente, o Canadá, que representaram em 2019 cerca de 40 por cento do volume de negócios da empresa algarvia. Para este ano, o desejo é consolidar e aumentar a presença internacional e Armindo Evangelista já delineou a meta a atingir: “Pretendemos este ano alcançar os 60 por cento de exportação”. Não menos importante continua a ser a presença no mercado nacional, que é para a empresa gerida por Armindo Evangelista “um importante mercado” e por quem o nosso entrevistado assume ter um grande respeito. “Este mercado (internacional) só funciona se formos capazes de trabalhar com os dois em simultâneo, se existir um equilíbrio. Acredito que na Parafrutas conseguimos esse equilíbrio e, por isso, temos conseguido alcançar bons resultados”. Fruto desta estratégia, a Parafrutas alcançou em 2019 o marco das 20 mil toneladas de fruta vendidas, quer para o mercado nacional, quer para o mercado estrangeiro.

União é palavra de ordem
O desejo para 2020 é atingir ou até superar os valores alcançados em 2019. No entanto Armindo Evangelista mostra-se reticente e ressalva que “os anos não são todos iguais”. “Gostaríamos muito de superar os valores alcançados em 2019, mas não nos podemos esquecer que os anos não são todos iguais e infelizmente estamos à beira de anos de muito perigo”. A grande preocupação prende-se com o excesso de produção face ao número de armazéns disponíveis. Perante esta perspetiva, apela à união de todos os produtores da região algarvia. “Gostava que no Algarve existisse o mesmo que há na região de Alcobaça, por exemplo. Uma voz única, mais forte e unida. É isso que nos faz falta. Todos juntos ainda somos pequenos, mas separados não somos nada”.

Futuro: mais crescimento e mais união
Com cerca de 130 colaboradores, 50 dos quais funcionários efetivos, a empresa algarvia vem evidenciando um crescimento sustentado, alicerçado na variedade e qualidade dos citrinos produzidos e comercializados para o mercado nacional e estrangeiro. Para o futuro fica o desejo de crescer, sempre tendo como principal máxima: “citrinos do Algarve de qualidade”. “Gostaríamos de crescer no futuro, mas sabemos que todos temos um limite. Acima de tudo temos que saber até onde podemos ir e até quando conseguimos manter a qualidade dos nossos produtos”. À vontade de alcançar novas metas junta-se o desejo do aparecimento de uma nova geração de produtores, capaz de (re)criar um setor mais desenvolvido, organizado e unido. “Gostaria que as novas gerações conquistassem um pouco mais do que foi conquistado até os dias de hoje. Que este pudesse ser, no futuro, um setor onde prevalecesse a união entre todos”.

 

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