O papel da colonoscopia no Rastreio de Cancro Colorretal (CCR)

Nos seus pareceres, a Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) que ao longo da sua história sempre esteve atenta à problemática do cancro colorretal (CCR) e à promoção do rastreio de base populacional desta patologia, refere que o CCR é um problema de saúde dada a sua elevada incidência e mortalidade. Em 2018 em Portugal cerca de 10 mil pessoas terão sido diagnosticadas com esta doença (1º lugar na incidência suplantando os cancros da mama e próstata) e a mortalidade terá rondado os 45% (1ª causa de morte por cancro representando 16% das mortes por neoplasia): são 11 Portugueses por dia a morrer por esta doença, evitável pelo rastreio.

Em 2017, o Governo Português legislou finalmente no sentido da implementação de um programa de rastreio nacional de base populacional; na sua sequência, a Direção Geral de Saúde retirou, em conformidade, a norma do rastreio oportunístico do CCR. Nesses pareceres a SPED faz duas referências importantes:

• De acordo com as recomendações internacionais, a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes por método imunoquímico (FIT) são os métodos de rastreio de 1ª linha a propor no rastreio do CCR.

• Qualquer que seja o modelo adotado em termos populacionais, a realização de uma colonoscopia de qualidade é central porque é geradora de indicadores imediatos relacionáveis com o resultado último de prevenção de morte por cancro. Os indicadores de qualidade da colonoscopia incluem parâmetros, como a taxa de deteção de adenomas, que se relacionam diretamente com a taxa de cancros de intervalo (cancros diagnosticados antes da data proposta para a próxima colonoscopia de controlo) e o risco de morte por cancro colorretal.

A este propósito, evidenciamos um, entre diversos estudos clínicos sobre o benefício do Linked Color Imaging (LCI) na redução da taxa de lesões neoplásicas não detetadas no cólon ascendente. Este estudo foi desenvolvido no Hospital Valduce, Como em Itália.Tendo como base um universo de 600 pacientes submetidos a colonoscopia com Sistema Fujifilm ELUXEO e colonoscópios de última geração com ou sem magnificação ótica (EC-760R, EC-760ZP). Como background para este estudo, é referido pelos seus autores que o cólon ascendente pode abrigar uma maior prevalência de lesões neoplásicas que são macroscopicamente mais difíceis de distinguir da mucosa normal, como lesões planas ou não polipóides, que podem provavelmente conter carcinoma invasivo. Da mesma forma, adenomas / pólipos sésseis (SSA / P), com aparência subtil e cor normal, geralmente estão localizados no cólon ascendente. As pregas são mais profundas no cólon ascendente, e os pólipos frequentemente estão localizados nas costas das mesmas e nas curvaturas internas das flexões, iludindo a visão durante a retirada do endoscópio. O propósito será verificar se o LCI melhora a deteção de lesões neoplásicas no cólon ascendente, quando comparado com imagens de luz branca de alta definição (WLI).

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