No Verão o Olho Seco é um Perigo Iminente

Salgado Borges. MD, PhD, FEBO Diretor Clínico da Clinsborges e Embaixador em Portugal do TFOS (Tear Film & Ocular Surface Society) – www.clinsborges.pt / www.salgadoborges.com

Ardência, prurido, sensação de areia, vermelhidão, hipersensibilidade à luz, visão esborratada, dificuldade em usar lentes de contacto, lacrimejo excessivo ou mesmo fadiga ocular são apenas alguns dos sinais e sintomas a ter em atenção e que merecem um diagnóstico imediato.”

De acordo com estudos recentemente publicados a Síndrome do Olho Seco atinge mais de 20% da população mundial e, em Portugal, são quase 2 milhões de portugueses que se queixam de dor ou desconforto ocular na sequência desta patologia.

O olho seco é um distúrbio ocular que origina desconforto, instabilidade do filme lacrimal e consequentemente danifica a superfície ocular se não for tratado atempadamente. Os nossos olhos necessitam de lágrimas para se manterem saudáveis e confortáveis, mas, quando há um desequilíbrio ou deficiência no sistema lacrimal, ou até quando as lágrimas evaporam mais rápido do que suposto, o paciente vai manifestar alguns dos sinais ou sintomas do Olho Seco.

Assim, na época mais quente do ano o olho seco tende a manifestar-se com maior frequência, devido a fatores que potenciam esta doença como é o caso da utilização do ar condicionado, o aumento à exposição solar, insuficiente ingestão de água, cloro de piscinas, sal do oceano, exposição excessiva aos aparelhos digitais e outros. Além destes, há ainda outros fatores de risco que, quando aliados aos anteriormente mencionados, agravam ainda mais a condição do paciente. Estes são: o envelhecimento (idade), nomeadamente a menopausa na mulher; efeitos secundários de alguns medicamentos tais como os anti-histamínicos; doenças que afetam a capacidade de produzir lágrimas, como a artrite reumatóide; Síndrome de Sjogren e o uso prolongado de máscaras de proteção facial.  Assim, enquanto médico oftalmologista partilho algumas dicas de prevenção determinantes para esta altura do ano: evitar o fumo de fogueira ou churrasco; usar óculos de sol com proteção UV (há lentes de óculos de sol com uma classificação proteção UV, que bloqueará 99% -100% dos raios UV); o ar condicionado ou fluxos de ar como o vento que podem agravar a sua condição; por último e mais importante, beber bastante água!

Importa referir que o olho seco se pode manifestar em qualquer altura do ano, idade ou sexo. Na maioria dos casos com sintomas ligeiros é suficiente usar lágrimas artificiais como, por exemplo, o ácido hialurónico sem conservantes e com diferentes constituintes, consoante o tipo de Olho Seco. Em condições crónicas é imprescindível um diagnóstico aprofundado. Existem hoje tecnologias emergentes, tanto a nível de diagnóstico como do tratamento, aptas para responder de forma eficiente e não invasiva. É o caso do Thermaeye Plus – Luz Intensa Pulsada (IPL), em que estudos por nós realizados mostraram a sua eficácia no tratamento da inflamação em doentes geneticamente propensos a desenvolver Síndrome do Olho Seco.

Se apresenta algum dos sintomas acima referidos, como ardência, olho vermelho, sensação de areia ou dificuldade em usar lentes de contacto, aconselho a agendar uma consulta de Oftalmologia.

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