Município do Cartaxo: Capital do vinho e da nova agricultura

Pedro Miguel Ribeiro, presidente

Promover o vinho e a agricultura como fatores diferenciadores do concelho é o principal desígnio do Município do Cartaxo, que procura potenciar os recursos naturais, mantendo a identidade. Situado no coração do Ribatejo, este concelho está numa posição geográfica privilegiada, quer do ponto de vista rodoviário, quer ferroviário, da capital do país. O campo, o bairro e a lezíria, com o rio em pano de fundo, atribuem ao Cartaxo uma grande riqueza paisagística. Aqui a cultura da vinha e a produção de vinho sempre estiveram ligadas ao dia a dia da população, valendo-lhe o título de Capital do Vinho.

 

A comandar os destinos do Município do Cartaxo desde 2013, Pedro Magalhães Ribeiro revelou em entrevista à Revista Business Portugal os principais objetivos para este mandato.

Desde 2002 que Cartaxo se apresenta como a Capital do Vinho portuguesa, com o intuito de desenvolver uma das maiores potencialidades do concelho: o vinho, através da mobilização dos produtores, mas igualmente de todas as áreas ligadas ao setor, nomeadamente o turismo, a gastronomia e a cultura regional.

“Autointitulamo-nos a Capital porque, de facto, envolvemos todos os atores deste setor. À cabeça temos a Adega Cooperativa do Cartaxo, que nos últimos anos conseguiu contrariar a ideia negativa que existia sobre o nosso vinho, tornando este néctar mais adequado ao que o consumidor atual pretende. Aliás, hoje podemos atestar que a adega e as empresas desta região têm sido medalhadas, quer em concursos nacionais, como internacionais, tornando-se num município onde se produz vinho de qualidade”, explica o autarca.

Aumentar a notoriedade dos vinhos, aliada a uma valorização da qualidade de vida do concelho é o próximo objetivo do município, que tem apostado fortemente no enoturismo, como elo de ligação entre todos os setores económicos do concelho.

“Hoje em dia comunicamos este produto como uma experiência de família. Por exemplo, na época das vindimas já foi efetuada a experiência de convidar todas as pessoas a conhecer o território, através da colheita das uvas nas diferentes casas agrícolas, acrescentando valor a essa mesma experiência. Acabamos por integrar a cultura local e etnográfica, os produtos regionais, os passeios pelo Tejo, os passeios a cavalo, a visita ao comércio local, assim como a fixação de pessoas nos hotéis e restaurantes da nossa região. Hoje, o vinho significa charme, tradição, histórias de famílias, natureza, desporto, cavalos, campinos, etnografia, ou seja, todo um mundo que queremos notabilizar e dar a conhecer”, sublinha o edil.

Neste âmbito, são vários os investimentos imobiliários a decorrer no concelho, como nos refere Pedro Magalhães Ribeiro: “temos um hotel vínico em construção e dois novos hotéis de quatro estrelas para aprovação a breve trecho. Ainda no campo turístico nos próximos dois a três anos poderemos ter em carteira mais quatro projetos para o concelho”.

Aqui podemos ainda encontrar o Museu Rural e do Vinho do Concelho do Cartaxo. Para além disso, é na Capital do Vinho que a Associação de Municípios Portugueses do Vinho tem a sua sede.

Num concelho cheio de potencialidades, o Cartaxo apresenta-se assim como um local que se tenta afirmar em todas as vertentes, aliando desde a gastronomia e a cultura, às paisagens naturais e à agricultura.

“Queremos afirmar-nos como o Ribatejo às portas de Lisboa. A par com a vertente do vinho e da agricultura, estamos a elaborar uma candidatura em conjunto com a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo para o Fandango como Património Imaterial da Humanidade”, completa o edil.

 

Capital da nova agricultura

Com cerca de 25 mil habitantes, o município do Cartaxo está essencialmente ligado ao setor terciário, contudo o setor primário também ocupa uma posição de destaque em relação aos valores de referência a nível nacional.

É neste município que se realiza a maior feira agrícola nacional, com a presença de toda a fileira de uma forma 100 por cento profissional. Um ambiente de partilha de conhecimento visando o agro-negócio, que tem como cenário os campos excecionais da lezíria do Tejo.

“O grande mérito deve-se aos organizadores privados, que há uns anos atrás tiveram a visão de criar a AgroGlobal, a maior feira da Europa com estas características. Neste espaço valoriza-se o saber dos agricultores, exibe-se e testa-se a nova tecnologia de ponta e a diversidade de culturas. Hoje a agricultura não é uma atividade de trabalho intenso, cada vez mais a tecnologia está a ganhar uma posição de destaque. Portanto, falamos de um evento bastante interessante, que se realiza de dois em dois anos. Outro dos pontos chave é o painel de conferências que prima pela excelência. Este setor está a crescer o dobro da economia do país, do ritmo de crescimento nacional e demonstra que ruralidade casa com desenvolvimento, coesão e competitividade”, refere Pedro Magalhães Ribeiro.

Quanto ao futuro, uma das próximas preocupações do autarca passa pela revisão do PDM, com vista a garantir a sustentabilidade do território e a defesa dos recursos naturais para a população.

You may also like...