LPCC Núcleo Regional do Norte: Mês de Prevenção do Cancro da Mama

O panorama do Cancro a nível mundial apresenta um aumento exponencial de incidência em todos os tipos de cancro, sobretudo nos países mais desenvolvidos. Por outro lado, a esperança de vida da população é cada vez maior. Por outro lado, o número de casos de cancros curados tem aumentado.

Estes dois aspetos levam-nos a duas conclusões:
– Aumento do número de cancros curados e, do mesmo modo, um aumento da sobrevivência com boa qualidade de vida.
A todos os níveis, considera-se que o cancro será, ou já o é, o principal problema de saúde publica, ultrapassando em mortalidade as doenças cerebrais e vasculares.
O cancro da mama mata mais mulheres que qualquer outro tipo de cancro – em 2018, 627.000 morreram de cancro da mama em todo o mundo.
Em Portugal, o cancro continua a ser o parente pobre do Serviço Nacional de Saúde e uma das patologias que continua a levantar polémicas em relação a múltiplos aspetos – falta de equidade em relação a toda a população residente, nomeadamente a nível da acessibilidade, do diagnóstico, dos tratamentos e, também, em relação à medicação inovadora. Igualmente, continua a haver uma indefinição em relação às Unidades de Referenciação.
Em Portugal, o número de novos casos é de mais de 6.000 por ano, com uma mortalidade de 1.800 mulheres (ano).
É por isso que no mês da prevenção do cancro da mama, mês de outubro, não é por demais relembrar que muito mais importante do que curar é prevenir.
Nesse sentido, é preciso sensibilizar e educar a população no sentido de que a prevenção primária – hábitos saudáveis de vida (atividade física adequada, consumo de tabaco e álcool, alimentação saudável evitando a obesidade, existência de fatores familiares e, sobretudo, genéticos) são factos que podem direta ou indiretamente influenciar o aparecimento desta doença.
Por outro lado, não esquecer a prevenção secundária – rastreio do cancro da mama de base populacional – que a Liga Portuguesa Contra o Cancro tem vindo a implementar em colaboração com as ARS em todas as regiões do país.
A deteção precoce do cancro cria mais hipóteses de cura e longa sobrevivência com qualidade de vida – prevenção primária e prevenção secundária.
É de realçar que o Ministério da Saúde reconheceu que a mortalidade por cancro da mama na região Norte diminuiu 25 por cento devido a uma total implementação do Rastreio e às campanhas que a Liga Portuguesa Contra o Cancro realiza diariamente em relação aos hábitos saudáveis de vida.
Constituem sinais de alerta o aparecimento súbito de nódulos mamários, o aparecimento de vermelhidão que não existia, escorrência mamilar, do aparecimento de uma pele em casca de laranja ou de uma retração do mamilo ou da pele, bem como o aparecimento de gânglios volumosos ao nível da axila.
Por último, uma mensagem para todas as mulheres – embora a incidência do cancro da mama tenha aumentado a nível mundial e também a nível nacional, a mortalidade tem diminuído. Verifica-se neste momento que começa a haver uma diminuição na mortalidade. E porquê? Porque finalmente as mulheres têm tido uma atitude positiva e de maior adesão em relação ao rastreio de base populacional realizado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro em colaboração com a ARS Norte e começam a seguir hábitos de vida saudáveis.
O cancro da mama detetado precocemente é completamente curável!

PREVENIR é muito melhor do que tratar e curar!

Dr. Vítor Veloso

Presidente do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro

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