Lenitudes: “Trabalhamos para recuperar a saúde”

Filipe Ribeiro e Ana Castro

A citação é de Filipe Ribeiro, Presidente da Comissão Executiva do grupo Lenitudes e responsável pela unidade Lenitudes Medical Center & Research. Em entrevista, revelou-nos como o grupo Lenitudes se diferencia pela conjugação dos vários especialistas médicos em torno do mesmo caso clínico, com a disponibilidade imediata de equipamentos médicos de elevada capacidade, e acesso a tratamentos inovadores.

Fundado há 11 anos, o grupo Lenitudes começou por se afirmar na área da radioterapia, vocacionada para tratamento oncológico. Rapidamente se compreendeu que o para o tratamento diferenciado e integrado do doente deveriam desenvolver competências ao nível do diagnóstico, nomeadamente ao nível da medicina molecular e da imagiologia. Finalmente, realizamos um forte investimento na criação de raiz de uma unidade altamente diferenciada, onde se reúnem todas estas competências debaixo do mesmo teto. Nascia, assim, a Lenitudes Medical Center & Research, em Santa Maria da Feira.

Na modernas instalações inauguradas em 2015, o grupo Lenitudes também dispõe de espaços para a realização de consultas médicas de diversas especialidades, e não apenas relacionadas com oncologia. Aliás, tem vindo a ser criados equipas multidisciplinares para dar resposta a problemas de saúde específicos, sob a forma de clínicas, como por exemplo as doenças neurodegenerativas, as doenças da cabeça e pescoço, da mama, próstata. A oferta de serviços para avaliar de forma precoce o risco familiar de desenvolvimento de determinadas patologias é também uma mais valia e um aspeto diferenciador.

Serviço que distingue

“A forma como prestamos o serviço é o que nos distingue”, assegura Filipe Ribeiro, referindo-se ao envolvimento com o paciente. “Temos o cuidado de informar devidamente o utente da sua situação e das suas opções de tratamento. Após este esclarecimento, são criadas condições para que rapidamente possamos pôr o tratamento em prática e proporcionar ao doente e sua família toda a tranquilidade possível nestes momentos de maior fragilidade”.

Este acompanhamento cuidado a qualquer utente é um elemento fundamental na prestação dos cuidados de saúde da Lenitudes, conjugados com o acesso a tecnologia avançada e fármacos inovadores, o que potencia resultados mais eficazes a nível de tratamento. “É isso que nós procuramos fazer: usar a tecnologia acompanhada de recursos humanos diferenciados, organizados como uma orquestra do conhecimento, que permitam obter os melhores resultados possíveis para a patologia de um determinado doente”, assim nos afirma o nosso interlocutor.

Ainda com o objetivo primaz de disponibilizar o melhor tratamento possível, o fator que muitas vezes é decisivo em situação de doença é o momento do diagnóstico. O diagnostico precoce pode fazer a diferença entre a vida e a morte. “Quanto mais cedo nós soubermos o que estamos a enfrentar, maior é o leque de possibilidades que temos para fazer face à situação de doença. Atualmente já conseguimos compreender, nas doenças neurodegenerativas e nas de foro oncológico, certos indicadores de doença antes da mesma se manifestar (sejam alterações milimétricas nos tecidos celulares ou biomarcadores genéticos, para procurar medir com elevada precisão, qual é a probabilidade de desenvolvimento dessa patologia). Portanto, se nós conseguirmos realizar os exames que permitem, de forma muito precoce identificar manifestações da doença, e fazemo-lo através da medicina molecular, torna-se mais fácil compreender a patologia e procurar respostas para atrasar a sua evolução”.

Assim, consultas regulares de check-up devem ser encaradas como uma experiência normal e positiva, por uma questão de prevenção. “O nosso organismo funciona como uma máquina quase perfeita e que exige atenção aos sinais que nos vai dando”. É uma questão de o escutar.

Conjugação de várias especialidades

Há uma certeza partilhada pelos especialistas que compõem o corpo clínico da Lenitudes: os bons resultados resultam de trabalho de equipa eficiente. Qualquer resposta que seja dada a um problema é o resultado da simbiose entre várias especialidades médicas, as quais, cada uma na sua área de atuação, contribuem para encontrar a solução para aquele caso clínico concreto.

O mesmo acontece com outras instituições: são mantidas pontes de relacionamento com outros centros, nacionais e internacionais, e com sociedades internacionais de estudo e tratamento de determinadas patologias, nas quais os profissionais de saúde da Lenitudes estão envolvidos. Procuramos que criem essa network de conhecimentos que lhes permitam ter acesso aos melhores especialistas para discussão de casos clínicos e, em conjunto, encontrar a melhor abordagem de tratamento.

Reconhecendo que o grupo tem capacidades tecnológicas que não estão facilmente à disposição de outros médicos (sejam do privado ou do público), a organização está a desenvolver uma rede colaborativa para disponibilizar a esses profissionais de saúde o seu conhecimento e os seus recursos tecnológicos. Desta forma, o médico da rede colaborativa pode recorrer ao parecer clínico e aos equipamentos da Lenitudes para qualquer tipo de diagnostico ou tratamento, mesmo que a suspeita de patologia se revele infundada. Durante todo o processo, o médico gestor que originalmente acompanha o doente, continua a fazê-lo, e mantém o acompanhamento de proximidade após os tratamentos.

Consciência social

Hoje, a Lenitudes é reconhecida como uma entidade preferencial pela ADSE, conta com uma relação próxima com a SAMS (Unidades Prestadoras de Cuidados de Saúde) e com diversos hospitais públicos e dispõe de acordos com praticamente todas as seguradoras nacionais. “Sendo o sentido da nossa existência é facilitar o acesso a cuidados de serviços de saúde de excelência, considero que é necessário reforçar esta facilidade de acesso para consultas médicas de todas as especialidades, com o envolvimento do médico de proximidade do doente (que integramos na rede colaborativa). Depois, partir para a consulta multidisciplinar e para a realização de exames que permitam uma melhor identificação de qual é o problema de saúde daquele doente”, assim argumenta Filipe Ribeiro.

Corpo clínico de excelência

A equipa que compõe o corpo clínico da Lenitudes Medical Center & Research (bem como a de todo o grupo) é extremamente competente e são indivíduos aos quais se reconhece méritos profissionais ainda antes de integrarem o grupo.

Para além da excelência da sua própria equipa, Filipe Ribeiro assegura existir uma preocupação em criar redes de conhecimento fora das ‘quatro paredes’ da Lenitudes. Interessa integrar outros profissionais de saúde, independentemente da sua localização, para efeitos de discussão e análise de situações clínicas específicas para a chegada a uma decisão terapêutica mais ajustada.

De igual modo, “porque temos esta tranquilidade de entendermos que não estamos em concorrência com ninguém, estamos sim a trabalhar para garantir um nível de prestação de cuidados de excelência, ter também abertura para que os médicos assistentes que estão próximo do doente tenham acesso a esta rede de discussão de casos”, acrescenta, garantindo existir um “efeito positivo para todos os envolvidos, culminando num melhor resultado, principalmente para o doente”.

O futuro: divulgação e crescimento

Os planos do futuro do grupo Lenitudes passam por uma maior perceção pública das competências desta unidade de saúde nas áreas hospitalares, as quais já são reconhecidas por profissionais especialistas e reforçar a rede de networking com outros profissionais da área. Para além disso, há a pretensão de desenvolver setores que ainda não constam da lista de especialidades da Lenitudes, talvez através da captação de equipas médicas de reconhecido mérito nessas áreas.

“Diria, ainda, que há alguma margem no alargamento da nossa presença geográfica”, considera Filipe Ribeiro, “mas um passo de cada vez. A nossa aposta no imediato será dar seguimento à evolução desta unidade clínica de Santa Maria da Feira, que abriu portas em finais de 2015”, finaliza.

O parecer de Ana Castro, diretora clínica

Ana Castro é médica oncologista, diretora clínica da Lenitudes e membro da direccao da Sociedade Europeia de Cancro de Cabeça e Pescoço, sua área de especialidade. Tem muitas responsabilidades a nível internacional e viaja com frequência para vários países do mundo inteiro para dar palestras, cursos, reuniões científicas, entre outros compromissos. Põe, efetivamente, em prática a rede de contactos de que nos falava Filipe Ribeiro.

Por entre consultas médicas, concedeu-nos algum tempo de entrevista, no qual nos explicou que escolheu a especialidade de oncologia cabeça e pescoço porque “são os doentes mais difíceis”: “É um desafio muito grande, são doentes com comportamentos de risco – consumo de álcool e tabaco. Fazê-los abandonar esses hábitos é muito diferente de simplesmente lhes dar o tratamento”, admite Ana Castro.

Para além disso, na altura em que iniciou o seu percurso profissional, existiam muito poucas opções de tratamento. Atualmente, já há mais alternativas. Mais tarde, tornou-se possível a realização de algumas combinações de medicamentos existentes, os quais começaram a dar muito bons resultados. “Na realidade, os meus resultados eram muito acima dos registados por colegas de outros países da Europa. Nós tínhamos taxas de sobrevivência nos doentes de patologia em estado já avançado superior à média”, esclareceu-nos a diretora clínica. Acrescentando, ainda, que os resultados foram em função de um esforço conjunto, que passou pelo tratamento de quimioterapia, por uma nutrição cuidada, por um assistente social e pela família do doente, a qual representa um fator importantíssimo, bem como um estilo de vida ativo.

Até novembro do ano passado, a diretora clínica trabalhava no setor público. Aceitou incorporar o projeto Lenitudes com um objetivo muito claro: “Fazer a diferença. Uma das coisas que nos comprometemos, como equipa e em todas as áreas, é podermos diagnosticar e estadiar a doença oncológica em 24 a 48 horas. Este é o nosso mote e o que nos move diariamente, ou seja, o doente chega com a suspeita de uma patologia e dentro desse período de tempo realiza todos os exames, sempre com elevados padrões de qualidade”. Este curto espaço temporal evita a ansiedade causada pelo ‘não-saber’.

A decisão de tratamento da doença oncológica é tomada por um conjunto de profissionais. “A capacidade de diagnóstico e tratamento disponibilizados pela Lenitudes são realmente diferenciadores”, considera, seja pelos recursos humanos que praticam uma política de proximidade e conjugam as diversas especialidades médicas, seja pelos equipamentos tecnológicos de que dispõe.

Nestes meses de trabalho para o grupo Lenitudes, Ana Castro faz um balanço bastante positivo e revela ainda estar “numa fase de crescimento do projeto clínico”, para o qual tem grandes expectativas: “Espero crescer muito mais e podermos ajudar muito mais gente, estabelecendo uma relação de confiança e proximidade e, pelo menos, ter mais esperança dentro da doença oncológica”, conclui.

 

 

 

 

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