Inception Architects Studio: Criar sensações ao sabor de cada projeto

Situado em Braga, o Inception Architects Studio nasce pelas mãos de dois empreendedores: Pedro Carvalho e Carlos Ferreira. A Revista Business Portugal rumou até à cidade minhota para conhecer a identidade arquitetónica que caracteriza os dois sócios-gerentes.

Apresentem-nos o vosso percurso e como surgiu a oportunidade de criar o Inception Architects Studio.
Carlos Ferreira: Eu comecei a trabalhar antes de acabar o curso numa empresa de construção, em Braga. Passado pouco tempo, o Pedro entrou para essa mesma empresa como arquiteto e foi aí que nos conhecemos. Trabalhamos juntos cerca de dois anos e com a crise, em 2010/2011, a empresa fechou.
Pedro Carvalho: A partir daí surgiu a oportunidade. Achamos que seria o momento certo para fazer algo diferente e trabalhar mais naquilo que seria a nossa principal motivação: abrir um gabinete e continuarmos a parceria que tínhamos desenvolvido durante o período que trabalhamos na empresa. Metemos mãos à obra, pés ao caminho, e formamos o Inception. Com muita batalha, temos oito anos de existência.
O espaço do Inception Architects Studio retrata o conforto e, para nós, é uma extensão da nossa casa, até porque passamos muitas horas do nosso dia aqui.
Mais recentemente, mudamos o logótipo e agora está numa linha mais minimalista, em relação ao anterior.

Porquê a escolha do nome “Inception” para o vosso projeto?
Um dos nossos posicionamentos é “a new beginning”, ou seja, “um novo começo” não só para o cliente, mas também um novo começo para nós enquanto profissionais. Queríamos procurar novas formas de fazer arquitetura. Esse foi um dos motivos para nos aventurarmos e traçarmos este novo caminho.
A palavra “Inception” está relacionada com origem e, como referimos anteriormente, com o novo começo. A origem mãe da palavra também está ligada à perceção e isso é sempre um jogo que gostamos de fazer nos projetos. Gostamos de “brincar” com a perceção das pessoas e a forma como o utilizador encara o nosso espaço. No fundo, isto é o sangue da arquitetura.

Em que pilares assenta a vossa filosofia?
Acreditamos que a arquitetura é uma área que pretende causar impacto e não ser indiferente. Queremos causar sensações no utilizador e esse foi sempre o objetivo que nos motivou, uma vez que nada nos é indiferente. Todos os pormenores contam: o espaço, a forma, a cor, a luz interior e exterior. Estes elementos despertam uma sensação e é importante perceber a sensação que vai chegar até ao utilizador final.

Dentro da arquitetura, quais são os serviços que disponibilizam aos vossos clientes?
Temos trabalhado todo o tipo de projetos, mas sem dúvida que aquilo que gostamos mais de trabalhar a arquitetura 360º. Isto significa que o cliente vem ter connosco e a partir daí coordenamos tudo o resto até à obra final. Temos trabalhado este conceito nomeadamente na habitação e nos escritórios, onde temos realizado vários trabalhos na zona de Braga, Porto e Lisboa, onde executamos tudo o que está ligado à arquitectura, nomeadamente projeto, licenciamento, fiscalização e acompanhamento de obra. É desta forma que gostamos de trabalhar e acreditamos que é assim que o nosso trabalho chegará a bom porto.

De que forma procuram acompanhar as tendências de mercado?
Encaramos que a tendência está diretamente ligada com a parte da decoração, e por aí há inúmeros caminhos a percorrer.
Na arquitectura, quando um cliente procura um arquiteto, procura-o porque já viu algum trabalho dele, e porque encontra no gabinete algo que o identifica. Há sempre um motivo para o cliente procurar um determinado gabinete.
Enquanto equipa consideramos que o mais importante é sermos fiéis a nós próprios e, por isso, temos uma base que procuramos manter. Cada cliente é único e, no fundo, temos de tentar perceber qual o caminho que ele quer seguir connosco. A partir daí trabalhamos, dentro da nossa filosofia e conceito, aquilo que ele procura e pretende.

Têm vindo a desenvolver projetos pelo país inteiro. Quais são as regiões com maior destaque? E que projetos desafiantes vos têm passado pelas mãos?
Temos trabalhado em Braga, Barcelos, Porto, Alcobaça, Lisboa e, em minoria, no Algarve. Apresentamos alguns projetos de referência, nomeadamente a Blip, no Porto, e a Bold, em Lisboa (a nível de escritórios). Em Alcobaça estamos a trabalhar num projeto de habitação ambicioso e muito interessante, que acreditamos que irá marcar pela diferença quando finalizado. Em Alcobaça estamos a trabalhar num projeto de habitação ambicioso e muito interessante, que acreditamos que irá marcar pela diferença quando finalizado. Temos sido recomendados, tanto a nível nacional como internacional. Embora os projetos internacionais ainda não façam parte do presente, são um objectivo para um futuro próximo.

Atualmente, focam o vosso trabalho nos escritórios, mas nem sempre foi assim. Qual a evolução do Inception?
A grande evolução aconteceu há cerca de 3 anos. A Blip foi a alavanca para sermos procurados por outras empresas, após terem ganho consecutivamente os prémios de melhor espaço de trabalho, e o de melhor empresa para trabalhar em Portugal.
A Botts, uma loja de vinhos em Viana do Castelo, também feita por nós, já foi reconhecida em algumas revistas da especialidade além-fronteiras.
De facto, temos vindo a evoluir, mas queremos crescer de forma sustentada e queremos que cada projeto passe por todos os intervenientes da equipa.

Que conselho dariam a um jovem arquiteto/a que esteja a iniciar o percurso nesta área?
Um arquiteto tem de ser uma pessoa atenta e pesquisar muito, acompanhar ao máximo todos os projetos e tentar desenvolver o seu próprio estilo, nunca negando a base. O seu trabalho deve transparecer aquilo que é a nível profissional, mas também pessoal. Deve ser objetivo, sem nunca deixar de procurar e pesquisar novas soluções, tentando perceber qual a sua principal motivação para fazer arquitetura.
O mais importante é que mantenha os seus princípios: na forma como vê a arquitectura, como a projecta, e como a transmite ao seu cliente. Pelo caminho irão surgir dificuldades, mas não se pode desistir, tendo uma boa dose de resiliência para os tempos mais difíceis. Somos exemplo disso.

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