Há mais de meio século a extrair o sal de Portugal

A segunda maior salina do país situa-se em Santa Luzia, Tavira. A laborar desde meados da década de 60, a Sopursal – Sociedade Industrial de Sal do Algarve, S.A. concentra a sua atividade industrial na produção e extração de sal marinho. Em entrevista à Revista Business Portugal, José Manuel Dias fala-nos da evolução e dos desafios para o setor, assim como do futuro que passa brevemente pela aposta no turismo.

Produzir e extrair sal marinho com a maior qualidade, de modo a garantir a satisfação de todos os clientes e consumidores é o principal objetivo da Sopursal.

Constituída em outubro de 1966, a empresa contempla várias salinas distribuídas pela zona sul do país, primando desde cedo pela aposta na inovação, ao mecanizar em 1973 uma salina com 100 hectares, localizada no Parque da Ria Formosa. “Nos dias de hoje, continuamos a ser pioneiros neste âmbito, ou seja, nos processos de extração e recolha que implementámos há mais de 40 anos. Algo que é crucial para esta atividade”, completa o administrador e acrescenta: “por outro lado isto representa um enorme desafio, pois a tecnologia existente não foi muito desenvolvida desde a implementação, logo temos de a preservar e, sobretudo, manter”.

Mas a qualidade do sal começa na água utilizada na salina (água proveniente do Oceano Atlântico). Aqui todos os parâmetros têm um elevado grau de importância para atingir a excelência do produto final, embora anualmente o processo de produção seja diferente, devido ao clima e, consequentemente, ao fenómeno das alterações climáticas. “Na salina, o solo deve ser argiloso para evitar infiltrações no nível freático. Nesta salina em concreto temos 10 hectares dedicados à cristalização e 90 hectares à evaporação, e são as águas mães, guardadas de um ano para o outro, que iniciam a nova safra. A qualidade do sal produzido pela Sopursal compreende o cumprimento de vários parâmetros microbiológicos e físico-químicos, de acordo com a legislação aplicável a este produto. Sendo que todo o sal produzido se destina à indústria”, explica José Manuel Dias.

Olhando para o futuro, o administrador reconhece que este será promissor. “Vamos continuar a primar pela inovação, com o intuito de aumentar a nossa capacidade produtiva. Para isso pretendemos comprar e arrendar novas salinas. Por outro lado, até 2020 iremos continuar a investir no melhoramento e substituição de materiais, assim como na manutenção dos espaços e equipamentos”, revela José Manuel Dias e continua: “iremos ainda avançar com a diversificação da nossa principal actividade, com o intuito de promover a componente turística da região, diversificando dessa forma a nossa área de negócio. Prevemos que esteja funcional dentro de um ano.”

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