Engigeo: Uma referência na Geotecnia em Portugal

Constituída em 2018, a EngiGeo, Engenharia Geotécnica, Lda., é uma empresa que se centra nas vertentes da Engenharia Geotécnica, vocacionada para a elaboração de estudos, pareceres, projetos, revisão de projetos, assistência técnica, assessoria técnica, execução de obras e fiscalização de obras geotécnicas. Pedro Chitas, Engenheiro Civil e especialista em Geotecnia, deu-nos a conhecer este projeto.

A engenharia geotécnica abrange diversas áreas desde a engenharia civil até à geologia. Ligada à engenharia civil, mas com engenheiros geotécnicos, como surgiu a EngiGeo?
A empresa iniciou atividade em abril de 2018, tendo os membros da direção desenvolvido atividade anteriormente numa das empresas de referência no sector da Consultoria de Engenharia. Eu já contava com experiência internacional, uma vez que tinha estado a trabalhar durante um ano na Bélgica, na maior empresa de construção do país. Entretanto, vimos uma oportunidade dentro do setor. Pessoalmente, acabei por realizar a ambição que sempre tive de ter uma empresa própria.
A engenharia geotécnica trata, como o próprio nome indica, tudo o que se relacione com geomateriais – solos, rochas. A engenharia geotécnica abrange um leque que vai desde a engenharia civil até à geologia. De facto, a Engigeo está muito relacionada com a engenharia civil, mas a engenharia geotécnica aborda desde escavações, túneis, prospeção, até ao setor primário como a exploração de pedreiras e minas. Tudo isso é engenharia geotécnica!

Há um estudo que é feito antes do início da obra. Este também se pode prolongar durante a obra?
Sim, o estudo pode prolongar-se durante a obra, dependendo da perspetiva de quem contrata. Em termos legais, há até uma fase de assistência técnica, ou seja, quando se faz um projeto depois é preciso esclarecer dúvidas. Há uma verba prevista, mesmo em termos de contratação pública. Nesta parte geotécnica, por muito que queiramos caraterizar o terreno há sempre imprevistos, é impossível conhecer na totalidade o terreno. Não tanto em obras públicas, mas quando fazemos trabalhos para empresas de construção, muitas vezes é possível ter a chamada “assistência técnica especial”, ou seja, um profissional deslocado em obra que, com o apoio da equipa que elaborou o projeto, faz adaptações sempre que necessário.

Atualmente, a Engigeo efetua trabalhos para os setores público e privado?
Nós já temos contratos públicos e diria que, em termos de valor de faturação, a contribuição será cerca de metade de clientes públicos e metade de clientes privados. Temos uma carteira de clientes interessante, pela diversidade. Temos clientes institucionais tradicionais (Donos de Obra), públicos e privados, mas também trabalhamos com empresas de construção, tanto em Portugal como para fora.

Quais as áreas em que a Engigeo se pretende tornar uma referência?
Uma área em que nos queremos tornar numa referência nacional e internacional, e em que temos muita competência e é uma área de futuro, precisamente porque os países desenvolvidos já têm infraestruturas de transportes relativamente consolidadas, é a estabilização de taludes naturais e de taludes em vias. Os clientes reconhecem-nos competência, temos trabalho! Vamos continuar a apostar nesta vertente.
Outra parte que tem a ver com a atividade corresponde à componente geotécnica em obras marítimas e portuárias. Já estamos a trabalhar para fora, mas queremos apostar mais nesta área e que creio que esta aposta vai dar frutos.
Outra componente que queremos desenvolver, e onde já tivemos alguns trabalhos, corresponde às fundações especiais.

Neste ano e meio de atividade há alguma obra de grande destaque para a empresa?
Nós estamos numa fase embrionária, pelo que ainda não existem grandes obras. Mas já participámos em alguns projetos complexos. Contribuímos para um aproveitamento hidroelétrico, onde dimensionámos diversas fundações especiais de estruturas provisórias. Já fizemos uma reformulação das fundações de um encontro de um viaduto em Lisboa para uma ciclovia, que já abriu. Também fizemos um projeto de maior dimensão para uma Gestora de Infraestruturas de Transportes, mas ainda está em fase de conclusão. Neste momento, estamos a trabalhar também para a maior entidade pública no setor das Infraestruturas. Na Madeira, onde temos reconhecimento técnico, também temos trabalhado, mas ainda sem obra executada.

Como avalia este setor na atualidade?
O que se passou nos últimos anos em termos de consultores de engenharia em Portugal deixa, de facto, muita gente perplexa. Tinha de haver uma correção no setor das obras públicas e da construção civil, uma vez que a situação anterior não era comportável. O problema nestes últimos dez anos é que, do meu ponto de vista, houve uma correção no sector da construção que não foi absolutamente vertida para a parte dos consultores de engenharia. Porquê? Porque no mercado de consultoria de engenharia em Portugal, as pequenas empresas têm um custo relativamente reduzido, conseguem sobreviver com um custo mínimo e manter a atividade. Há muitas empresas no mercado que mantiveram atividade e que, em mercados mais competitivos, já tinham fechado. Por outro lado, não houve praticamente movimentos nenhuns de concentração ou de fusões.

Por onde passa o futuro da EngiGeo?
O futuro será expandir. Digo que ainda não somos uma empresa, somos duas pessoas associadas. Queremos crescer, num horizonte de quatro a cinco anos queremos ter novos colaboradores a trabalhar connosco.
Queremos internacionalizar mais, mas para termos um cartão de visita interessante devemos ter obras já feitas, é muito importante apresentar obras que tiveram sucesso. Também queremos apostar mais em coisas que não se fazem em Portugal, mais complexas, para subir na escala no valor do projeto.
Em termos de estratégia queremos entrar num projeto de uma envergadura significativa, integrados, eventualmente, num consórcio de projeto no âmbito de um concurso de conceção-construção. É algo que dá muito valor a empresas. Estamos abertos a parcerias!

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