Empoderar as pessoas através da sua imagem pessoal

Renata Aaron, Coach de Alta Performance

Após 12 anos de experiência em finanças, Renata Aaron, Coach de Alta Performance, decidiu abandonar o mercado financeiro e seguir o sonho da moda, como nos revela em entrevista à Revista Business Portugal. Recentemente criou um curso on-line que ensina a comprar com consciência e como podemos reverter essas compras por impulso, tornando-as mais conscientes.

 

Na sua perspetiva, as mulheres estão cada vez mais centradas em seguir os sonhos?

Sempre gostei de moda, mas nunca pensei como uma profissão. Foi quando saí do mercado financeiro, mas não saí para ir para a moda, a decisão deveu-se à maternidade. Eu trabalhava e viajava muito, então sentia-me muito ausente da minha casa e dos meus filhos. E, quando estive mais em casa, fiquei com tempo livre e ansiosa. Comecei a procurar cursos e a estudar moda, que sempre foi um interesse, mas nunca pelo lado da criação. Estava perdida com a minha própria imagem, porque trabalhava com um dress code mais formal e, em casa, com uma rotina diferente, senti-me perdida. Foi aí que descobri que existia consultoria de imagem e contratei uma pessoa. Foi amor à primeira vista! Pensei “é isto que quero fazer da minha vida, quero ajudar as pessoas a encontrarem-se, a terem liberdade de vestir o que mostra realmente quem elas são”. Não acho que seja só uma tendência das mulheres, é geral. Temos a obrigação de escolher uma profissão muito cedo e sem experiência no mercado de trabalho. Então, é muito comum, principalmente na faixa dos 40 anos, encontrar pessoas que largam a profissão que escolheram para seguir o seu sonho. Mas sim, as mulheres têm mais coragem em fazer essa mudança.

 

Coach de Alta Performance, trabalha na construção da imagem pessoal de sucesso de quem a procura. Os portugueses são um público que procura este tipo de serviços? A moda é transversal ao género?

Quando me mudei para Portugal, há cinco anos, era um mercado muito difícil. Comecei a trabalhar e só atraía clientes brasileiros que moravam em Portugal. Para o português, ainda era um mercado muito desconhecido, achavam que era muito ligado à moda de revista e não no alto conhecimento que quer passar através da imagem. Atualmente, percebo que essa ideia já foi ultrapassada e tenho bastantes clientes portugueses que se preocupam com a imagem, principalmente agora com a pandemia. As pessoas começaram a trabalhar muito mais com câmaras, mostram mais a sua imagem para vender e fazer negócios. Mas os meus principais clientes não são portugueses, o meu nicho é o jogador de futebol.

 

É sócia da Nothing to Wear, com atuação no Brasil e Portugal. Qual a principal missão da empresa e quais os serviços que disponibiliza?

A minha empresa de consultoria é a Nothing to Wear e tenho uma sócia, que atua no Brasil e eu na Europa, nomeadamente Portugal, França, Itália, Inglaterra, que são os melhores mercados. A nossa missão é devolver a autoestima, trazer um autoconhecimento de quem somos. Há muitas pessoas que sabem o que são, mas não conseguem passar através da imagem. As pessoas vão atrás do que está nos media, o que está na moda e, isso muitas vezes, não transmite a realidade.

 

A sociedade vive momentos complicados e de grandes preocupações. O trabalho da autoestima e confiança serão determinantes para vivermos um 2021 com mais positividade?

Vai ser 120 por cento importante. Depois da pandemia começámos a perceber que conseguimos viver com menos e com o que realmente faz sentido. Não faz sentido enquadrarmo-nos em modas e padrões pré-existentes só porque sim. Faz sentido fazermos o exercício do autoconhecimento, porque nos dá confiança. Cada vez que nos conhecemos, geramos mais credibilidade e uma imagem muito mais confiante e quando mostramos aos outros que somos confiantes, aumenta ainda mais a nossa autoestima. É um ciclo vicioso positivo.

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