Doces do Marquês: Doces tradicionais assentes na qualidade

Fundada em 1993, na cidade de Pombal, a Doces do Marquês apresenta uma vasta experiência na distribuição de pastelaria tradicional, mas o sucesso tornou-se exponencial, no ano de 2012, quando deram início à produção de pastelaria ultracongelada. Hugo Valente, administrador, conversou com a Revista Business Portugal sobre este passo importante no percurso da empresa.

A Doces do Marquês está presente no mercado há 26 anos, mas em 2012 iniciou um novo desafio. Gostaríamos que nos contasse como surgiu a oportunidade de comercializar os vossos produtos ultracongelados.
Estávamos sediados em Pombal e, até ao final de 2011, éramos unicamente distribuidores de produtos alimentares. Já trabalhávamos com a grande distribuição e surgiu uma oportunidade, após o encerramento de uma empresa nesta zona, de nos mudarmos para essas instalações, o que nos abriu portas para ampliar a nossa oferta. Já tínhamos identificado um produto que queríamos comercializar e tínhamos necessidade de fazer uma reestruturação, dentro da empresa, para fugir àquilo que todos faziam. Assim, identificámos o pastel de nata como o produto que poderia alavancar a reviravolta que pretendíamos implementar na empresa, mudámo-nos para Sintra e ainda encaixámos nove funcionários que trabalhavam na empresa que fechou. A nossa ousadia valeu a pena! Passámos a ser identificados com este produto e já recebemos vários prémios. Depois de ultrapassadas as certificações e implementação das regras da segurança alimentar, estabelecemos contacto com os nossos potenciais clientes para exportação.


E foi nessa altura que iniciou as suas funções na empresa?
Falamos de uma empresa familiar, na qual exerço funções há alguns anos, como um dos responsáveis pela administração da empresa. Tivemos a sorte de encontrar uma equipa que nos tem ajudado a conseguir colocar a empresa num patamar cada vez mais exigente. Sempre gostei muito da área comercial e esse gosto aliado ao conhecimento que tenho da indústria tornaram-se uma combinação perfeita para o desempenho das minhas funções. É importante referir que, em qualquer tipo de indústria, devemos ser especialistas numa determinada função, porque é uma área muito difícil e os investimentos em maquinaria e na otimização da linha de produção nunca param.

Apresente-nos o universo atual da Doces do Marquês.
Em 2012 tínhamos apenas nove colaboradores, no decorrer de 2013 chegámos aos 18, em 2014 estávamos na casa dos 25 e atualmente a equipa é composta por cerca de 40 pessoas que trabalham numa fábrica com dez mil metros e uma área coberta com cerca de três mil metros. Temos como produto principal o pastel de nata e acrescentamos ao nosso portefólio sete novos produtos que estão diretamente relacionados com a doçaria tradicional portuguesa, dos quais destaco o Croissant brioche, guardanapo, pão de Deus e o bolo de arroz. No geral, produzimos entre as 60 e as 70 mil unidades, sendo que, com o pastel de nata a produção pode variar entre os 25 e as 30 mil unidades.

Qual a filosofia que está aliada ao trabalho da Doces do Marquês?
Queremos continuar a aprender todos os dias e vamos continuar a busca para saber ainda mais sobre esta indústria. Porém, a nossa filosofia centra-se em apostar num monoproduto, o pastel de nata. Esta é uma forma de rentabilizar a produção, o produto e, durante estes anos, aprendemos imenso, por isso é que conseguimos alcançar excelentes resultados e a qualidade dos pastéis de nata tem sido reconhecida com os mais variados prémios.


Para além de produzirmos com elevada qualidade temos de ser competitivos. No caso do pastel de nata, começámos por fazer nove mil por dia e, no fim desse ano, atingimos os 20 mil. Atualmente chegamos a produzir 40 mil unidades sem comprometer a qualidade dos nossos produtos.

O caminho passará sempre pela qualidade e rigor na produção?
Posso dizer que se não fosse esse o nosso lema, certamente, já não existíamos. Assistimos a muitas mutações nesta indústria e penso que todos estamos cientes do caminho que pretendemos trilhar. Hoje temos mais informação e as empresas portuguesas estão cada vez mais preocupadas com questões como a segurança alimentar e os processos de certificação. Sinto essa necessidade e assumo como uma responsabilidade, uma vez que produzimos algo para consumir e não uma peça de decoração.

Os vossos produtos chegam a que países?
Neste momento estamos maioritariamente na Europa e, mais recentemente, marcámos presença nos Estados Unidos da América. O volume de exportação tem vindo a aumentar gradualmente e acredito que este vai ser o nosso melhor ano.

A vossa história é o reflexo de um crescimento sustentado e apoiado em valores humanos. O que projeta para o futuro da Doces do Marquês?
O nosso foco passa por consolidar a empresa, produzir ainda melhor, imprimir outra dinâmica – em termos sociais – às pessoas que integram a nossa equipa. Um dos nossos principais objetivos passa por não descurar a qualidade do produto e a capacidade de produção para conseguirmos chegar mais longe, aumentando o volume de vendas a qualquer custo. Sabemos que melhor do que qualquer prémio que nos possam atribuir, é receber elogios e sermos reconhecidos pela qualidade dos nossos produtos.
Acima de tudo é importante referir a mais valia de toda a equipa, porque nada se faz quando caminhamos sozinhos.


É da nossa responsabilidade criar uma empresa sustentável e que pensa nos recursos humanos como uma peça fundamental para o sucesso e crescimento da mesma. Considero fundamental criarmos as condições necessárias para que os funcionários saibam o que estão a fazer e porque deve ser feito dessa forma. Para isso, apostamos nas formações e, aos poucos, tenho conseguido incutir-lhes a responsabilidade de seguir as regras, respeitando o processo produtivo. Apenas com respeito mútuo é possível trilhar um caminho de sucesso para a empresa e, consequentemente, para a equipa que a compõe.

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