Cruz Vermelha Portuguesa: Portugal, desafios e competitividade

A abordagem, sucinta, que aqui se fará, traduz-se, apenas numa reflexão sobre os desafios e competitividade que se colocam ás Organizações sem fins lucrativos, onde se enquadra a Cruz Vermelha Portuguesa, neste Portugal do século XXI.

Não vamos discutir ou tomar posição sobre o conceito e/ou definição de competitividade, vamos assumir de forma simples como o referencial para o planeamento e desenvolvimento de uma estratégia para a organização que possibilite o seu crescimento. Considerando, para o efeito que a estratégia contempla a organização como um todo e tem como objetivo antecipar os desafios futuros para a mesma e que atempadamente permite a formulação de processos que fundamentem tomadas de decisão que melhor respondam aos desafios que se colocam. Assumimos como adquirido a sociedade globalizada e em constante transformação e por isso permanentemente nos lança desafios e necessidade de respostas eficazes e eficientes a variados problemas.

Dizer que, os conceitos de competitividade, estrategia e ou plano estratégico, ainda são mal percecionados, em algumas organizaçaões sem fins lucrativos, mas aqui concordamos com Peter Drucker (1990) que afirmava que a gestão estratégica não era um exclusivo do setor lucrativo, e que todas as organizações, mesmo a não lucrativas deveriam ser geridas estrategicamente.

Assumimos que na Cruz Vermelha Portuguesa o planeamento estratégico é o meio que nos permite, cumprir a nossa missão, com foco nos princípios e valores que norteam a intervenção da organização no mundo, não descurando a visão traçada há mais de 150 anos por Henri Dunant que nos motiva e inspira até aos

dias de hoje na promoção e defesa da dignidade da pessoa humana.

Atualmente, os desafios que se colocam á Cruz Vermelha Portuguesa são muitos, desde o envelhecimento populacional, as questões de saúde e saúde mental, os movimentos migratórios, a sustentabilidade, a manutenção de respostas sociais, a formação e capacitação de recursos, etc. Para todos a Cruz Vermelha procura dar resposta através das 170 delegações que tem espalhadas pelo país.

Concretizando de forma resumida do que supra se refere, em Vila Nova de Gaia, a Cruz Vermelha Portuguesa está a desenvolver um Complexo de Neurointervenção, uma resposta integrada, inovadora, multidisciplinar que tem como principal objetivo o desenvolvimento de uma resposta especializada no cuidado e tratamento de pessoas com demência, seus cuidadores e familiares. Tal necessidade nasce da ausência de resposta especializada no pais a esta questão, cujos apelos da Organização Mundial de Saúde e da União Europeia têm sido constantes, tendo em consideração o crescente número de casos diagnosticados, no mundo, na europa e no pais. A 08 de Março de 2019 esta resposta é uma realidade em Vila Nova de Gaia.

Na verdade, todos acreditamos que o futuro passará cada vez mais pelo desenvolvimento de respostas especializadas aos problemas que surgem, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, nomeadamente, de mudança de paradigmas e mentalidades, seremos mais eficazes e eficientes se formos capazes de interiorizar que as exigências dos novos clientes destas organizações serão bem diferentes das exigências que temos atualmente, vamos prestar e disponibilizar serviços a um publico mais informado e com mais conhecimento, para tal há necessidade absoluta de formar e capacitar os técnicos e profissionais desta área do conhecimento  para estes novos

públicos e desafios. Na nossa perspetiva um grande desafio para a próxima década.

Mas estes vão multiplicam-se e a Cruz Vermelha Portuguesa compromete-se a ser uma organização atenta e responsável apontando sempre respostas que possam minimizar os problemas que vão surgindo na comunidade e no Pais.

 

Veneranda Barbosa

D.E. da CVP/VNG

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