Crescimento sólido potenciado pela inovação

A Semillas Fitó, com mais de um século de experiência no setor da agricultura, traz inovação e aumento de produtividade para o setor. Estivemos à conversa com Luís Hilário, que nos apresentou a empresa de que orgulhosamente faz parte.

A Revista Business Portugal marcou presença na AgroGlobal, a maior feira agrícola a nível nacional. Decorreu de cinco a sete de setembro na Valada do Ribatejo e reuniu gerações de agricultores no mesmo evento oferecendo uma variedade de quase 400 expositores. Foi num desses expositores que conhecemos Luís Hilário que nos deu acesso à história da Semillas Fitó, empresa na qual trabalha na área de grandes culturas. Com início em 1880, a empresa mantém, atualmente, a estrutura 100 por cento familiar que vem da sua base. Originalmente fundada em Barcelona, conquistou até hoje o seu lugar nos mercados multinacionais através de filiais, centros de investigação e de importadores locais. Em Portugal começou com o contacto com importadores até que, em 2007, cria uma filial em Algés.

Na divisão de grande cultivo a grande aposta é na cultura do milho, mas a empresa conta também com outras divisões de negócio como hortícolas profissionais, áreas verdes e hobby. Todavia, foi nos “últimos cinco ou seis anos que tivemos um acentuado crescimento de vendas de semente de milho híbrido em contraciclo com a área desta cultura em Portugal”, afirma Luís Hilário. A Semillas Fitó é igualmente líder na venda de sementes híbridas de melão branco, no qual uma grande percentagem do mercado de sementes tem a sua assinatura.

O que tem vindo a distinguir a empresa é um crescimento sólido potenciado pela inovação. A entidade orgulha-se do estudo cuidado e atento que faz dos terrenos e dos seus produtos. É nos centros de investigação que tem início o desenvolvimento de novas variedades, as quais continuam o seu desenvolvimento no centro de investigação de D. Benito sendo então colocadas em condições de solo e clima idênticas às de Portugal. Luís Hilário explica que o processo normal seria registar variedades e experimentá-las em Portugal para avaliar a sua adaptação. No entanto, preferem partir de um leque muito mais alargado de material genético e ir estreitando o filtro em zonas com características idênticas às de Portugal até chegarem a variedades que sejam realmente as adequadas para as condições do nosso País.

Estes laboratórios são também uma mais-valia para solucionar os problemas que possam vir a existir. “Quando em Portugal surgiu o problema do Cephalosporium já tínhamos variedades tolerantes a esse fungo. O Cephalosporium está no solo e o principal veículo de transporte de contaminação é a água”, expõe. Foi o rio Tejo que transportou o fungo de Toledo para a zona do Ribatejo. “A planta do milho é infetada logo nos estágios iniciais do desenvolvimento da cultura e é corroída por dentro, até que chega à altura das principais necessidades de água e nutrientes. Por essa altura, os feixes vasculares estão de tal forma corroídos que fica tudo necrosado. Os sintomas deste fungo não são visíveis numa primeira abordagem, mas secam a planta de um dia para o outro uma vez que deixam de passar a água e os nutrientes, arruinando as produções”. Ora, a Semillas Fitó tinha a solução ainda antes do surgimento do problema.

O trabalho de Luís Hilário é aconselhar a melhor variedade para cada uma das condições de solo e clima. “Temos alguns promotores em Portugal, os quais são coordenados pelos técnicos comerciais da Fitó e trabalhamos a 100 por cento com distribuidores”. Os distribuidores são os clientes da empresa e, por sua vez, os agricultores são os clientes dos distribuidores. Para garantir a aplicação correta dos serviços disponibilizados pela empresa em toda esta cadeia de clientes, a Semillas Fitó oferece formação aos técnicos, que depois dão o apoio técnico ao agricultor.

AgroGlobal

A Agroglobal, feira agrícola que decorreu este ano entre cinco a sete de setembro, foi um ponto de comunicação forte para a empresa conseguir apresentar o novo programa desenvolvido. Um dos programas é o FAS (Fitó Agronomic Solutions), o qual “consiste num conjunto de serviços que pretendem fazer um bom acompanhamento da cultura desde o início, antes da sementeira, até à altura da colheita.” Existe uma análise de todo o histórico, de forma a ser mais fácil corrigir potenciais problemas. Para facilitar esta tarefa, recorre-se a uma aplicação na qual é possível colocar toda a informação como as datas de plantação, o tipo de plantação e a zona de cultivo. Após a inserção destes dados e em função dos dados climáticos da zona, é-nos dado a variedade recomendada e qual a data provável de floração e o dia da colheita.

Outro dos programas desenvolvido pela empresa é uma tecnologia de tratamento de sementes: a Fitó Care, que consiste “no tratamento dos milhos com uma substância denominada Leonardita, muito rica em ácidos húmicos e fúlvicos, a qual consegue absorver água que existe no solo e fazer um efeito de tampão térmico em redor da semente”. Este tratamento é útil principalmente em sementeiras precoces, onde as temperaturas baixam muito durante a noite. A vantagem é que origina uma emergência muito homogénea e um maior número de plantas, o que resulta em aumentos de produtividade na ordem dos 4,5 por cento. “Nós pretendemos que o nosso agricultor cada vez fale mais em euros por hectare ganhos e não em toneladas por hectare”. Mostra assim que mais importante do que a produtividade é a rentabilidade e de preferência até mesmo uma produtividade rentável. É nesta base que assenta a filosofia e o grande objetivo da Semillas Fitó.

A presença da empresa na AgroGlobal foi uma aposta de sucesso que permitiu o aumento da rede de contactos. “Eu tinha ideia que ia correr bem, mas correu ainda melhor. De acordo com o feedback que recebemos de clientes e agricultores visitantes da feira, superámos as expectativas”, finaliza Luís Hilário.

 

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