Centro Social Paroquial de São Pedro de Castelões: Construir e remodelar em prol da comunidade

É no concelho de Vale de Cambra que está localizado o Centro Social Paroquial de São Pedro de Castelões, impulsionado pelo Padre Martingo. A Revista Business Portugal conversou com Deolinda Pinho – diretora técnica – e foi conhecer as instalações e perceber os objetivos inerentes à Instituição.

O Centro Social Paroquial de São Pedro de Castelões surge da vontade da Fábrica da Igreja, há cerca de 30 anos, embora o edifício tenha sido inaugurado em 1998. Eis que manifesta-se, a certa altura, a grande vontade de uma figura eterna para os habitantes da região, assumir as rédeas deste projeto – Padre Joaquim Valente Martingo – que ainda hoje continua a pautar por prestar o melhor auxílio que pode a toda a população de São Pedro de Castelões e arredores.
Nesse sentido, as valências foram aumentado e o número de utentes também. Começaram com o Centro comunitário, resposta atípica de apoio às famílias carenciadas e aos jovens. Em 1999 iniciaram o apoio à terceira idade com o Centro de Dia e o Serviço de Apoio Domiciliário. Mais tarde ofereceram apoio aos mais jovens, bem como as suas famílias, com o ATL e a creche.

Eventos/atividades abertos à comunidade
Um dos principais eventos da freguesia, que conta com a participação do Centro Social Paroquial, é a Feira da Castanha, que está aberta a toda a comunidade. Para além da angariação de fundos, através da confeção de 700 refeições, o objetivo principal passa por contribuir para a dinâmica do evento, apoiando a comunidade onde está inserido. Pontualmente, são organizados workshops sobre questões educativas, alimentação saudável e outros temas.
Posteriormente à Feira da Castanha, aproveitam para realizar outros grandes eventos que têm como principal foco a angariação de fundos. Em edições anteriores contaram com a presença do cantor Quim Barreiros e proporcionaram a todos os visitantes uma boa noite de fados. A diretora técnica, Deolinda Pinho, acrescenta ainda: “temos, sobretudo, muitos eventos dedicados às famílias e aos utentes. Fazemos o Dia da Família, a festa de Natal e o sarau cultural. Participamos no carnaval e nas marchas que contam com a organização da Câmara Municipal de Vale de Cambra.
É desta forma que o centro social mostra ser uma instituição proativa, que atua a pensar no bem-estar de toda a comunidade e em colaboração com outras entidades da região.

Apoios e objetivos do centro
Questionada sobre os próximos objetivos, a nossa entrevistada, admite que o lar – atualmente designado de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) – é uma das prioridades. Apesar de ainda não terem uma resposta definitiva, já existe um projeto. “É um serviço muito pretendido pelos nossos utentes, quer do Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), quer do Centro de Dia”.
No caso da creche, a capacidade e o número de crianças (até aos três anos) é de 45 utentes. Já no prolongamento de horário – que corresponde a seguir à creche (dos quatro aos seis anos) – têm 45 crianças. Dispõe ainda de um acordo de cooperação para o ATL para 26 crianças, sendo que este ano o número ultrapassou e chegou às 45. Por outro lado, no centro comunitário, “temos respostas atípicas e um pouco diferentes do habitual. Mantemos o atelier de sons e o espaço e-estudo. Neste serviço temos cerca de 50 utentes. De seguida, temos o apoio a 110 famílias carenciadas e 200 pessoas. Depois temos acordo com o Centro de Dia para 32 utentes, no SAD para 50, mas a frequência é de 65 utentes. Estes números, perfazem o número de 400 utentes”, explica Deolinda Pinho.

Melhoria contínua dos serviços
Atualmente, o Centro Social Paroquial de São Pedro de Castelões apresenta um leque alargado de desafios que gostava de ver concretizados brevemente. A diretora técnica não esconde o desejo de ter um autocarro para proporcionar aos utentes algumas saídas, passeios e visitas. A remodelação do parque exterior é também umas das ambições da instituição: “Este espaço está degradado e a precisar de uma intervenção estrutural grande, mas o trabalho implica um financiamento e, neste momento, não temos essa capacidade”, refere.
No que diz respeito ao concelho, Deolinda Pinho, afirma que há muito a fazer nesse sentido, sendo que a principal questão passa pela habitação: “Aqui a habitação é muito cara e de pouca qualidade. Em termos de aluguer, o preço é elevado, o que dificulta muito a vida das famílias”. Em relação às famílias carenciadas, o centro social paroquial oferece um apoio nas rendas, pela dificuldade que existe na hora do pagamento. Por outro lado, há um aumento muito severo a nível das demências. Isso reflete-se nos utentes com idade inferior aos 65 anos que estão nos lares e nos centros de dia, mas que precisam deste apoio por sofrerem de doenças como Alzheimer e demência cardiovascular. “Considero que falta um apoio mais especializado. Existem grandes falhas não só no concelho, mas também a nível nacional, nomeadamente a questão do apoio à saúde mental. Temos casos, no nosso centro de dia, de pessoas com esquizofrenia e problemas de saúde mental”, acrescenta. Desta forma, a diretora técnica finaliza a entrevista com questões de caráter social, admitindo que “os serviços de saúde deveriam assumir os problemas sociais que somos nós que acabamos por fazer, mesmo sem os devidos recursos”.

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