Caixa de Crédito Agrícola de Aljustrel e Almodôvar: Entre Aljustrel e Almodôvar

Orlando Felicíssimo, administrador da Caixa de Crédito Agrícola de Aljustrel e Almodôvar há três anos, concedeu uma entrevista à nossa revista por forma a ficarmos a conhecer um pouco mais sobre a importância que esta entidade assume na comunidade em que está inserida.

Começava por lhe perguntar o que é que, na sua essência, distingue a Caixa de Crédito Agrícola dos outros bancos?
A distinção principal de qualquer Caixa Agrícola é a proximidade que tem das regiões em que está inserida. A Caixa de Crédito Agrícola é o banco cooperativo que existe em funcionamento em Portugal e que trabalha exclusivamente nessa base. Existem cerca de oitenta Caixas no país, incluindo Açores, e na Madeira existe um balcão que pertence à Caixa Central, portanto, estamos representados por Portugal inteiro. No nosso caso em específico, na Caixa de Aljustrel e Almodôvar, abrangemos os três concelhos: Aljustrel, Castro Verde e Almodôvar. O que acontece é que cada uma destas Caixas tem de ter uma organização à sua dimensão e à sua escala, mas com todos os requisitos e funções que um banco tem de ter. Temos de ter análise de risco, área de crédito, auditoria interna, portanto todas as exigências que existem em termos regulamentares. É o banco mais próximo porque está inserido nas próprias regiões e a capacidade de resposta também é mais rápida por isso. A autonomia de decisão permite que a resposta seja mais célere e o serviço não tão centralizado.

Aquela conotação agrícola associada ao vosso banco ainda existe muito ou falamos de um negócio mais transcendente?
A conotação existe sempre. A génese do Crédito Agrícola começou com a concessão de crédito ao setor agrícola, em 1911, ano em que foram constituídas as primeiras Caixas – esta foi a terceira a ser fundada no País – e, por isso, essa conotação existe sempre. No entanto, hoje, o Crédito Agrícola é um banco “universal”, na medida em que trabalha todos os outros produtos que a banca comercial também trabalha, embora com alguns condicionalismos motivados pelo regime jurídico que existe em vigor para o Crédito Agrícola Mútuo, em Portugal.

Em termos globais, a Caixa de Crédito Agrícola tem uma quota de mercado média, nestes três concelhos, superior a 36 por cento e no concelho de Aljustrel está perto dos 60%.

Como é que se encontra a região económica e industrialmente? E qual a importância que o vosso banco assume nesse cenário?
Estamos numa região que abrange três concelhos muito distintos em que, por um lado, na zona de Aljustrel, começamos a verificar a influência que o Alqueva tem tido na proliferação de projetos agrícolas, por outro lado temos Castro Verde que se assume como uma zona protegida e, por último, Almodôvar com a sua serra. Tratam-se de três concelhos distintos e que nos trazem clientes distintos também. No entanto, temos algo que une os três: as minas. Podemos dizer que a nossa Caixa apanha a zona forte onde as minas estão em funcionamento, o que nos traz outro tipo de cliente, o cliente com poder de compra. Isto porquê? Porque existe emprego. Sobre a importância que assumimos na região, posso dizer que muitas empresas hoje não existiam se não houvesse uma Caixa de Crédito Agrícola, que as apoiou e, a dada altura, acreditou nelas.

Enquanto administrador desta Caixa de Crédito Agrícola, o que pretende fazer?
Fechamos 2018 com um Volume de Negócios superior a 211 milhões de euros, o que para a nossa região é considerável. Reduzimos o crédito vencido para metade, portanto o nosso crédito vencido bruto ronda os 0,6 por cento e temos conseguido melhorar os indiciadores económicos e financeiros da instituição.
O que pretendo fazer na Caixa de Crédito Agrícola é manter o processo de crescimento que temos tido nos últimos anos. Esta Caixa cresceu bastante. Todos os anos tem registado crescimentos substanciais, em todos os parâmetros, tanto em crédito, como em recursos e em produtos não financeiros que são comercializados.

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