Barosa Pescados: Uma empresa familiar do Litoral Oeste

Foi nas Caldas da Rainha que tivemos a oportunidade de conhecer a empresa que hoje lhe apresentamos. No mercado dos pescados congelados desde 1978, a Barosa Pescados é a representante de diversas marcas internacionais, apostando numa relação de proximidade e lealdade com os seus clientes.

A Barosa Pescados é o arquétipo da inovação e diferenciação. No mercado desde 1975, surgiu pelas mãos de Manuel Barosa e da sua esposa que, após regressarem de Moçambique, embarcaram na aventura do mercado de produtos alimentares congelados. Quem nos conta é Jorge Barosa, filho dos fundadores, que reconhece que, na altura, foi uma aposta arrojada. “O meu pai tomou uma decisão bastante arriscada e decidiu despedir-se e voltar para Portugal sem nada, apenas com muitos conhecimentos. Quando chegámos decidiu abrir uma empresa de importação de marisco. Na altura da primeira descarga, disseram que o meu pai era ‘louco’, porque não acreditavam que alguém fosse comprar camarão moçambicano congelado”. O mercado mostrou o contrário e passados 44 anos de história, Jorge Barosa assume que “as coisas têm corrido de vento em popa”.
Jorge Barosa e o irmão assumem em parceria com o pai, Manuel Barosa, a gestão da empresa, juntando-se aos restantes 35 funcionários que a constituem. Com uma capacidade de frio de 3.000 m3, a Barosa Pescados concentra as suas atenções na transformação, corte, embalagem e comercialização de pescado congelado. “Fazemos a transformação de uma gama bastante grande de pescados, cerca de 35 espécies”, afirma o gerente. A essa série de produtos ainda se somam os cefalópodes, bem como os bivalves, crustáceos e preparados, em que apenas realizam o embalamento. Ao contrário dos produtos de padaria, pastelaria e salgados, fabricados em empresas nacionais, a grande maioria do peixe é importado. A escassez de produto em Portugal afeta transversalmente as empresas deste setor, que encontram na importação de pescado uma solução. “Em certas alturas do ano há muita dificuldade em comprar peixe. Atualmente, cerca de 90 por cento do nosso peixe é importado, mas não somos só nós, todas as empresas importam porque não há peixe em Portugal”, confessa Jorge Barosa, que alerta para a necessidade de uma intervenção nesta área para “salvaguardar empresas como a nossa”.

Mercado no Litoral Oeste
A Barosa Pescados é uma empresa familiar a atuar no Litoral Oeste e é assim que se pretende manter. Com um raio geográfico delimitado pelos concelhos da região Oeste, a Barosa Pescados é uma empresa “estrategicamente regional” que encontra na proximidade com o cliente um dos trunfos para o bom serviço. “Só trabalhamos na região Oeste e não temos planos para expandir mais. Queremos continuar a ser uma empresa familiar, ter muita estabilidade e dar um bom serviço ao nosso cliente”, afirma Jorge Barosa, que encontra na capacidade de “colocar o produto, rapidamente, no cliente” uma mais valia da empresa. “Se estivermos longe do cliente não o conseguimos fazer. Quanto mais longe estiver o cliente pior é o serviço. A proximidade é algo em que apostamos muito”.

Criatividade e Inovação
Desde a sua génese a empresa vem sendo acompanhada por um espírito criativo e inovador. Jorge Barosa reconhece que esta forma de estar no mercado foi determinante para empresa em períodos menos positivos, contribuído para que a Barosa Pescados vingasse no mercado e assumisse uma posição de destaque. “Quando chegaram as grandes superfícies comerciais começaram a fechar muitas lojas de comércio tradicional. Nessa altura, tivemos de tomar uma decisão, atempadamente, que nos retirasse do rumo certo, a falência. Foi nessa altura que focalizámos todas as nossas atenções para um só mercado, o canal Horeca”. Conscientes dos desafios do mercado que agora abraçavam, iniciaram uma reestruturação da empresa, criando a marca Barosa FoodService, de forma a encontrar novos produtos e soluções. Tem sido assim ao longo dos anos e Jorge Barosa assume que “a nossa tendência é andar à procura do que as pessoas querem e colocar isso no mercado. Isto é um ‘jogo’ permanente”.
O caminho está longe de estar terminado e para o futuro Jorge Barosa vislumbra um crescimento sustentado, cujo suporte “continuará a ser o serviço, a equipa, a qualidade e a lealdade com as pessoas. É assim que queremos continuar”.

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