Arquiteto Joaquim Santana: “A arquitetura tem de ser, acima de tudo, funcional”

Com uma trajetória marcada por diversas passagens pelo estrangeiro, Joaquim Santana é hoje uma referência na arquitetura nacional. A Revista Business Portugal esteve à conversa com o arquiteto que em entrevista recordou os primórdios do seu percurso profissional e perspetivou o novo ano.

Se na infância disséssemos ao nosso entrevistado que iria seguir o caminho da arquitetura, provavelmente não iria acreditar. Nascido em Lisboa, em 1966, e filho do bicampeão europeu, Joaquim Santana, jogador profissional de futebol do Benfica, surpreendeu ao enveredar pelo caminho da arte, seguindo a carreira de arquiteto. Doutorado em Arte e Arquitetura, Joaquim Santana conta com um percurso profissional marcado por várias passagens pelo estrangeiro. Angola, Barcelona e Inglaterra foram alguns dos destinos por onde passou o nosso entrevistado. No entanto, foi no Porto que o arquiteto assume ter adquirido “o conhecimento e bases de trabalho”, que se revelaram essenciais para o percurso profissional que vem construindo: “Depois da minha passagem por Barcelona, em 1995, onde desempenhei funções de formador em archicad e modelação 3D, na empresa Nadal Marcé Arquitectes, regressei a Portugal e voltei a integrar o gabinete Paula Santos | Arquitetura, onde permaneci durante 21 anos”. Foi também na cidade Invicta que Joaquim Santana se fixou há cerca de um ano. A aposta passará pela criação de um gabinete de arquitetura moldado à sua imagem, onde a “arquitetura pura” estará em evidência.

Arquitetura à imagem do cliente
Com um vasto leque de projetos desenvolvidos, é pela projeção de habitações que Joaquim Santana sente um carinho especial, mas também onde encontra um dos principais desafios: “Um cliente para uma habitação é um cliente muito próprio. Existe um diálogo extensivo com o cliente para perceção da sua vivência e necessidade”. O meu trabalho é perceber isso e de que forma, através do meu conhecimento, posso desenvolver um projeto que vá ao encontro das suas necessidades. O pior que podemos ouvir de um cliente é que o arquiteto não desenvolveu o projeto a pensar nas suas necessidades. É preciso ter muito cuidado com isto, porque o projeto tem que ser à semelhança do cliente, nunca à semelhança do arquiteto”.


Uma arquitetura à imagem do cliente e que seja, acima de tudo, funcional. É este o mote que define o traço arquitetónico de Joaquim Santana, que confessa ser um arquiteto “com espírito e sentido do tempo presente” e preferir a funcionalidade à estética. Funcionalidade “na organização de conseguirem ser vividos, onde cada projeto tem solução particular”. Porém, tem de ser funcional, mas “sempre com um conceito que está intrínseco ao projeto”.
Assim, é na proximidade e no “saber ouvir o cliente”, que Joaquim Santana encontra o seu principal diferencial e o motivo pelo qual diariamente é solicitado para a realização dos mais variados projetos. Uma forma de estar que tem dado frutos e que tem fidelizado grande parte dos clientes: “Os trabalhos têm chegado até mim pelo ‘passa a palavra’. Acredito que tem muito a ver com a postura que temos na vida e é esta postura que pretendo manter no futuro”.

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