Adega do Cartaxo: Investimento sólido, eficaz e inovador

1954 foi o ano de inauguração daquela que viria a ser uma das adegas com mais importância a nível nacional. Jorge Antunes conta já com 20 anos de experiência na Adega Cooperativa do Cartaxo, sendo que 12 deles foi no comando da mesma como presidente. Para além do presidente, a direção é composta por Joaquim Oliveira (tesoureiro) e José Barroso (secretário).

O ano de 2004 marca um novo início para a Adega Cooperativa do Cartaxo que até à data, como explica o presidente, “vendia toda a produção a granel e muito pouco em garrafa refletindo-se em valores de liquidação aos sócios muito baixos”. As alterações passaram pela renovação da parte da receção das uvas e por investimentos na modernização dos equipamentos da linha de produção.

Atualmente, a adega conta com uma capacidade de armazenamento de 16 milhões de litros o que permitiu um aumento das vendas e começa, finalmente, a encontrar a estabilidade necessária para conseguir corresponder às expectativas. Em 2010/2012 surge a possibilidade de avançar para novos projetos “nomeadamente nas linhas de enchimento que estavam obsoletas e com pouca cadência e assim sucessivamente, remodelando a adega de dentro para fora” conta Jorge Antunes. As mudanças foram feitas dando a prioridade à maquinaria e ao produto que são os pontos fundamentais para gerar receita e dar continuidade ao trabalho.

Uma mudança de mentalidades necessária

É no contacto direto com os agricultores que se constituiu durante algum tempo uma dificuldade acrescida devido às mentalidades fechadas e pouco voltadas para a inovação. “Criámos determinados critérios de seleção das uvas através de um Grape Scan, um medidor de podridões que ajuda a selecionar as melhores uvas”. Muitos dos produtores não conseguiram, de imediato, aceitar que teriam de passar por este processo de seleção. Os pagamentos eram definidos consoante a qualidade das uvas e não pela quantidade. Hoje em dia, “já percebem que se as uvas vierem com melhor qualidade são bem remuneradas, a quantidade por hectare, se for menor, tem um acréscimo na remuneração e as pessoas aceitam e compreendem os critérios” acrescenta Jorge Antunes.

É com este rigor na qualidade do produto que hoje a adega conta já com cerca de 180 prémios nacionais e internacionais, e que tem vindo a conquistar o lugar à mesa junto de outras grandes marcas, mérito esse que se deve também ao enólogo engenheiro Pedro Gil.

O vinho produzido pela adega pode ser encontrado nas marcas registadas como a ‘Encostas do Bairro’, ‘Xairel’, ‘Plexus’, ‘Coudel Mor’, ‘Bridão’, ‘Terras do Cartaxo’ e o ‘Desalmado’, todos eles vinhos premiados e de grande qualidade. Este crescimento e valorização trazem prestígio para a adega, mas também para os seus associados. “A maior mais-valia dos sócios é a estabilidade financeira da Adega, porque têm a segurança de que irão receber o valor justo pela matéria-prima que entregam”, explica Joaquim Oliveira, tesoureiro.

O caminho é continuar a fazer mais e melhor

A inovação e vontade de continuar a fazer mais e melhor fazem parte da linha de pensamento da direção. Jorge Antunes refere que “há 15 anos não havia o conhecimento e evolução tecnológica que existe atualmente. Se formos profissionais naquilo que fazemos, e traçarmos os nossos objetivos, certamente conseguiremos alcançá-los”.

O ano de 2018 foi um ano que desafiou não só a adega, mas também os agricultores. Quando o trabalho se reflete na qualidade da uva é necessário que tudo se faça para que esta chegue à altura da campanha com a qualidade esperada. “Foi necessário estudar melhor o tipo de tratamento a aplicar nas vinhas  para poder colher aquando da vindima”, explica o presidente. A atividade vinícola, não é, nem pode ser, uma atividade que apenas se cuida na altura da colheita. Existe todo um trabalho e investimento que tem de ser feito ao longo de todo o ano para que as condições climatéricas não interfiram catastroficamente com o produto.

Ao contrário do que se possa pensar, a adega pouco sofreu com as questões climatéricas que vieram reduzir a quantidade e qualidade do produto (apenas cinco por cento de queda). No entanto, explicam que não sentiram a mesma porque existe sempre uma preocupação com o futuro e tentam sempre pensar muito antecipadamente de maneira a prevenir as situações. “Não tivemos quebras maiores porque temos vindo a fazer replantações de vinhas velhas por novas e plantações novas que já reverteram este ano minimizando, assim, a quebra”.

Para o fim do ano, irão estar disponíveis os vinhos da colheita de 2016 e estes podem ser encontrados em grandes superfícies comerciais, na rede nacional de distribuidores e na loja da adega. Também estão presentes no estrangeiro, nomeadamente Europa, Macau, China e Américas.

O ano corrente é marcado por um crescimento de quase 10 por cento nas vendas e por uma maior confiança por parte do consumidor nos produtos desenvolvidos. O caminho é continuar este crescimento dando prestígio à Adega Cooperativa do Cartaxo como sendo sinónimo de qualidade e de inovação.

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