Adega Cooperativa da Vermelha: Vinhos que surpreendem pela diversidade

A Adega Cooperativa da Vermelha, fundada em 1963, na Vermelha, é uma referência no que diz respeito ao mercado dos vinhos, sendo a marca “Mundus” líder em Portugal no segmento dos Vinhos Leves, denominação exclusiva da Região Demarcada de Lisboa.

No comando há seis anos, o presidente do conselho de administração, Rui Soares faz parte dos órgãos sociais há 12 e contou-nos a história da Adega Cooperativa da Vermelha e o seu posicionamento.
“Na Adega Cooperativa da Vermelha queremos estar posicionados pela diferença e pela diversidade que temos, não só numa particularidade de desenvolvimento rural, local e regional, mas também pelo nosso posicionamento a nível nacional e internacional”, começou por elucidar Rui Soares.
Tudo começou pelas mãos de um grupo de agricultores que sentiram a necessidade de se agrupar, de forma a conseguir concentrar as suas produções para, mais facilmente, as colocar no mercado e vender aos intermediários e aos consumidores. Com o passar do tempo foram-se adaptando às exigências dos próprios mercados, da sociedade e dos consumidores, evoluindo os seus vinhedos. “Começou-se a melhorar, em termos de tecnologia, de castas e de formação profissional”.
O crescimento começou a ser notável: “Começámos a vender vinhos engarrafados, não só brancos, leves e maduros, como tintos. Se no início, havia uma diferenciação entre 30/70, neste momento, andamos na ordem dos 50/50 entre brancos e tintos”.
“Tendo em conta a diversidade da região as nossas condições climáticas, bem como o encepamento resultado da restruturação, tínhamos potencial para produzir os vinhos tintos. Desta forma, começámos a comercializar e a vender, não só para os mercados abastecedores e para as grandes superfícies, como também para a restauração e mercado internacional.
Os associados sempre foram uma prioridade, motivo que levou a Adega da Cooperativa da Vermelha a apostar na sua formação e na criação de um departamento para apoio técnico das vinhas, “de forma a garantir a melhor matéria-prima para ter um vinho que fosse de encontro às expetativas dos consumidores com as melhores características organoléticas e as melhores práticas ambientais”.
O caminho da adega seguiu progressivamente tendo em conta a realidade do sector, necessidades e hábitos do consumidor, bem como a evolução e a forma como está posicionada no mercado.

Mundus – a marca âncora
A marca “Mundus” é a marca mais forte e mais conhecida. No entanto, a Adega Cooperativa da Vermelha apresenta outras variedades disponíveis no mercado, tal como nos explicou o departamento comercial na pessoa de Nuno Rodrigues.
“A marca “Mundus” é uma marca que abrange um vasto portfólio de artigos. Dentro desta, entra não só a gama dos vinhos leves, como as gamas de entrada, E também a gama dos escolhas, reservas e grande reservas. Utilizamos castas tipicamente portuguesas e castas reconhecidas internacionalmente”, referiu Nuno Rodrigues.
“Nessa perspetiva a marca “Mundus” tem um leque de produtos muito grande. Todos os anos, temos lançamentos de novas referências da marca! “Mundus” é mais que um vinho, é uma marca que abrange e que queremos que esteja conotada como uma marca abrangente”.
Com a evolução do mercado, vão sendo desenvolvidas marcas, não só para terceiros (marcas exclusivas), como também para segmentar o mercado. A nível de exportações, todas as marcas são exportadas mesmo as que não estão há venda, para já, no mercado nacional.

Produção e venda para o mundo
“Em termos de exportação estamos com cerca de 46 por cento da nossa faturação, são dados dos últimos seis meses de 2019, a perspetiva será de crescer também internamente. O aumento da percentagem de exportação é a nossa maior aposta, é onde queremos desenvolver estratégias de crescimento.
A nível de processo, a adega tem capacidade para, em tempo útil, fazer 75 mil litros diários. “Fazemos cerca de 25 mil litros em garrafa/dia e, ao mesmo tempo, conseguimos fazer bag in box e barril (que perfazem mais de 25 mil litros/dia cada linha)”.
A grande aposta é na inovação tecnológica, que permite um processo mais célere. “Temos vindo, desde 2010 até agora, a remodelar as linhas de engarrafamento, dotá-las de máquinas com capacidade constante e que consigam garantir estes 75 mil litros diários. Com as necessidades que temos, conseguimos escoar essa produção de uma forma rápida”.
Mas a inovação não fica só pela tecnologia. A Adega Cooperativa da Vermelha está provida de um novo showroom que possibilita, não só conhecer os vinhos como também convida a prová-los.
“O novo showroom permite ter uma perceção diferente dos nossos produtos. Uma sala de provas permite receber o cliente, escolher o vinho e apresentar as diferentes gamas”, explicou o departamento de qualidade na pessoa de engenheira Catarina Siopa.
Mais uma vez, os recursos humanos são fundamentais nesta etapa. “Temos pessoas formadas na área dos vinhos que ajudam num atendimento personalizado, damos atenção ao cliente e contamos as novidades. E também temos os associados que vem aqui à adega, porque se sentem em casa. Estamos na vertente do Enoturismo, recebemos grupos, estamos com condições neste momento para fazer as visitas guiadas”. Além do mais, algumas parcerias estão a ser desenvolvidas para receber grupos, apesar de a adega já ter muitas visitas de escolas e faculdades.
“Como exemplo, vem cá uma escola do Norte e eles adoram perceber como é que tudo é feito. A nível tecnológico, estamos com uma grande evolução na linha e a tendência é sempre ser essa. A nível de laboratório as análises que suportam o controlo que qualidade permitem-nos ter muita confiança no nosso produto e passar essa confiança aos clientes e consumidores. Algumas análises que tínhamos que fazer em laboratório externo passaram a ser realizadas na ACV em consequência da aquisição de novo equipamento”.

Novidade a lançar brevemente
“Estamos a ultimar o lançamento de uma nova marca que queremos colocar num nível superior ao “Mundus”, uma marca premium, que é a marca Adega Vermelha e para a qual vão ser lançados, para já, dois produtos: um grande reserva tinto e um grande reserva branco. São vinhos que já estão preparados para o mercado e que têm, de certa forma, caraterísticas diferentes daquilo que está constituído na mente do consumidor relativamente ao “Mundus”. É uma gama que queremos diferenciar, queremos fazê-la superior”.

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