A EXCELÊNCIA DA RURALIDADE ÀS PORTAS DE LISBOA

O Cadaval trata-se de um concelho peculiar na região Oeste, a que não é alheio o seu cariz rural, onde a fruticultura e a vitivinicultura se unem à beleza da serra de Montejunto, a uma curta distância da capital. Situado a norte do distrito de Lisboa, o Cadaval é um concelho antigo, que nas últimas décadas tem sabido crescer de modo sustentado. Um município ativo e dinâmico, sempre focado em novas oportunidades de desenvolvimento.
José Bernardo Nunes, presidente da Câmara Municipal do Cadaval, refere, em entrevista à Revista Business Portugal, que considera o Cadaval “um concelho essencialmente agrícola, ligado ao mundo rural, que alicerça as suas principais atividades em três grandes ramos: a fruticultura, a viticultura e a floresta”.Este é um concelho com fortes potencialidades agrícolas e climáticas, que permitem condições excelentes para o cultivo e um dos destaques vai para o fabrico próprio do pão-de-ló “Ti Piedade”. Empresas como esta permitem criar uma rede socioeconómica na região.

Capital da produção de Pera Rocha
“Somos o maior produtor nacional de Pera Rocha”, começa por afirmar José Bernardo Nunes. É precisamente nos concelhos a oeste de Portugal que se concentra a produção de Pera Rocha, em que o Cadaval assume um forte destaque. Representa 40 por cento da produção deste fruto, considerado o “rei da economia local” e o produto mais evidenciado da região. De salientar que mais de 80 por cento da produção destina-se a exportação. Com um sabor ímpar e uma excelente capacidade de conservação, a Pera Rocha já é conhecida além-fronteiras e não há quem lhe fique indiferente! No concelho existem três centrais fruteiras, ligadas à produção, armazenamento e distribuição. “Temos a maior central fruteira do país, com capacidade para 25 mil toneladas”, refere José Bernardo Nunes. Empresas de impacto que conferem um grande tecido económico não só ao município, como também à região.

Vinhos de Lisboa – “Somos a segunda maior região produtora de vinho”
Uma região vinícola com condições únicas faz do concelho uma referência na produção e exportação de vinho. A produção e comercialização está a cargo de duas adegas cooperativas e a exportação tem aumentado consideravelmente. Segundo José Bernardo Nunes, “os vinhos melhoraram na região. Há algumas vinhas novas no concelho, muito devido ao programa de reconversão das vinhas, VITIS, que permitiu reconverter uma parte significativa das vinhas no país, incluindo no concelho do Cadaval, o que veio, de forma expressiva, melhorar a qualidade dos vinhos”. Com este programa, passou a haver mais vinho certificado, engarrafado e vendido. Para além disso, a região de Lisboa é das poucas regiões do país – senão a única –, que tem nove denominações de origem controlada (DOC), dadas as suas características, porque embora seja estreita em relação ao mar, é muito extensa; vai de Ourém ao Tejo”, conclui. Neste sentido, José Bernardo Nunes acrescenta, ainda, que são “a segunda maior região produtora de vinho, a seguir ao Douro” e que, no último ano, cresceu cerca de 16 por cento.

Serra do Montejunto, o ex-líbris do Concelho
Longe vai o tempo em que o turismo estava concentrado nas grandes cidades e Portugal tem atrações únicas de norte a sul. No concelho do Cadaval, destaca-se a Serra de Montejunto e a Real Fábrica do Gelo. Começamos pela Serra de Montejunto, o “ex-líbris” do Cadaval que, com 676 metros de altitude, permite à vista alcançar uma grande parte da zona costeira do Oeste. No local conhecido por “Varandas da Estremadura”, pode tirar uma fotografia única que promete ficar na memória.
E é precisamente no topo da Serra de Montejunto que se situa a Real Fábrica do Gelo, onde durante mais de 100 anos saíram blocos de gelo que refrescavam a corte. Um monumento único no país e um dos raros exemplares que ainda restam na Europa. “É o monumento nacional que temos, e temos vindo a tentar preservar ao máximo, também, a fauna e a flora que ali existe”, refere José Bernardo Nunes. No que respeita a visitantes, “felizmente tem havido um crescimento sustentado do número de visitantes e valorizamos muito a visita de pessoas com interesse em preservar e manter o espaço”, remata. A gestão do monumento inclui, também, a cooperação do Município de Alenquer.

A união intermunicipal na Região Oeste
“Toda a Região Oeste tem uma situação privilegiada, porque tem tudo o que há para mostrar: praias, monumentos, parques, história, enoturismo, gastronomia”, começa por descrever José Bernardo Nunes. Apesar do Cadaval não fazer parte da zona costeira, “a promoção da costa acaba por criar uma ligação entre os vários negócios locais”, acrescenta. O surf é uma das atividades mais visíveis na costa, o que tem permitido promover toda a região. “Há uma comunidade intermunicipal que une os pontos fortes da região e que acaba por proporcionar um desenvolvimento integrado de que todos beneficiam”. Estas são as palavras do Presidente da Câmara Municipal do Cadaval, que enfatizam o papel do concelho na região.

 

A excelência da ruralidade: um município que “respira” saúde
“Aqui tudo é fresco e tem mais sabor”, é a frase de destaque para José Bernardo Nunes. A proximidade com os produtores oferece a possibilidade e o privilégio de consumir alimentos frescos e, acima de tudo, com qualidade, Até porque considera que “as pessoas gostam de saber onde foi feito, gostam de visitar, e o facto de ser produzido aqui confere propriedades únicas”. Condições excelentes para a agricultura, numa ruralidade bem próxima da capital… “até porque o Cadaval está a pouco mais de 40 quilómetros de Lisboa”. Para José Bernardo Nunes, “aqui podemos ter uma qualidade de vida e um conforto económico que, provavelmente, não se consegue em Lisboa”, facto traduzido também pela pressão turística e imobiliária que se faz sentir na capital. Embora não exista nenhuma via rápida a passar pelo concelho, o Cadaval situa-se a cerca de 45 minutos de Lisboa e apresenta-se como um excelente local para viver. Por fim, José Bernardo Nunes deixa o convite: “quem visitar o Cadaval vai ficar agradavelmente surpreendido com a tranquilidade que se vive”. Motivos não faltam para o visitar!

 

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