A dança como forma de inclusão

Nesta edição da Revista Business Portugal damos-lhe a conhecer, em parceria com a Norsecur, um projeto muito especial, que faz parte da IN – Associação Pela Inclusão ao Longo da Vida: A_Ju_Dança. Para conhecermos o projeto, falamos com o Professor Paulo Magalhães, que nos explicou que o objetivo é a promoção da dança inclusiva, através da programação de espetáculos.

 

Como e quando é que surge o projeto A_Ju_Dança?

A_Ju_Dança é um projeto que se realiza desde 2006. Começou a sua atividade promovendo espetáculos de dança, onde se encontrassem diferentes tipos de corpos e personalidades, e surgiu da reunião de esforços entre a secção de desporto adaptado do EVS e a Escola Dança Margarida Valle.

 

Que benefícios trazem este tipo de projetos?

A proposta da dança inclusiva é oferecer meios que permitam a todos dançar, sendo o foco principal a capacidade e não a limitação. Pretende ajudar o bailarino (com e sem deficiência) a descobrir o olhar, o corpo e a si mesmo, aumentando a sua expressividade e potenciando a sua criatividade.

 

 

Concorda que também têm uma intervenção importante na alteração de preconceitos?

Sim, promovendo espetáculos, possibilitamos ao público em geral sentir muito mais do que compreender. A linguagem do mundo sensível ultrapassa todas as barreiras criadas pela mente. No final do espetáculo, é frequente que pessoas abordem o grupo para lhe transmitir o estado de grande emoção que a experiência lhes proporcionou. É o espanto de encontrar a beleza em corpos que dificilmente se coadunam com o conceito comum do que é belo.

 

Durante o confinamento, foi evidente a importância que a arte e a cultura têm na sanidade mental das pessoas. Concorda que, apesar desta importância, estas áreas são muitas vezes desvalorizadas? O que é preciso fazer?

Essa é uma pergunta para um milhão de euros. Relativamente ao que deve ser feito pela arte e cultura do país, certamente há pessoas muito mais competentes para analisar todos os aspetos e que o têm feito na comunicação social, com bastante clareza. Quanto a nós, enquanto grupo, gostaríamos de tornar possível estes encontros semanais que possibilitam a expressão, através da dança e da partilha do movimento, numa situação que não dependesse tanto da boa vontade e do financiamento dos colaboradores. Há várias situações que poderiam ser ajudadas a minimizar, como o custo das deslocações e o financiamento dos monitores que trabalham pro bono.

 

Que impacto é que A_Ju_Dança sentiu com a pandemia e de que forma estão a ultrapassar esta fase?

A pandemia sentiu-se no A_Ju_Dança como em quase todos os sítios. Os encontros presenciais pararam porque quase todos nós pertencemos, por diferentes razões, a grupos de risco ou a grupos que trabalham com população de risco, para além de que o espaço cedido para o desenvolvimento do projeto se encontra encerrado. O contacto virtual mantem-se, mas apenas do ponto de vista do acompanhamento do bem-estar emocional e social. Para este grupo de bailarinos, que maioritariamente pertencem ao mesmo grupo de boccia (desporto adaptado), não tem sido fácil verem-se privados de uma das poucas oportunidades de se sentirem perfeitamente incluídos num grupo com vínculo significativo exterior à constelação familiar.

 

De que forma é que as pessoas podem apoiar tanto o projeto A_Ju_Dança, como a IN?

Pela consignação do seu IRS, pelo donativo abrangido pela lei do mecenato para o IBAN PT50.0036.0073.99100074878.19.

Pelo apoio na organização de espetáculos ou simplesmente pela ajuda na divulgação do que somos e fazemos.

 

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