A Cachapuz no processo de transformação digital das empresas

Em entrevista à Revista Business Portugal, Cândido Martins, Executive & Innovation Manager da Cachapuz Bilanciai Group, e Joaquim Monteiro, Chief Operating Officer do Bilanciai Group, destacam que a Transformação Digital é muito mais do que rutura e evolução tecnológica: é uma forma de melhorar a vida das pessoas, desenvolver melhores serviços e produtos e melhorar a economia.

Cândido Martins, Executive & Innovation Manager da Cachapuz Bilanciai Group

No mercado há mais de 100 anos, qual é a análise que faz do caminho percorrido pela Cachapuz que, para além da sua história, faz parte de um grupo Internacional Bilanciai, com um volume de negócios superior a 76 milhões de euros?
Cândido Martins (CM) – O Grupo Bilanciai integra, além da Cachapuz, empresas de Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Bélgica, Holanda e Estados Unidos e possui uma rede de parceiros com abrangência global.
Em reconhecimento da capacidade tecnológica da Cachapuz, o Grupo Bilanciai concentrou em Portugal um dos seus Centros de Competências Tecnológicas com o objetivo de conceber e implementar soluções de software e automação que complementem e acrescentem valor aos equipamentos produzidos e comercializados pelas restantes empresas do grupo.
Os nossos 100 anos de história demonstram, acima de tudo, uma grande adaptabilidade às mudanças inerentes à evolução dos tempos. Foram vários os desafios que atravessámos, não obstante, estamos focados no presente e futuro da Cachapuz, em especial em reforçar a nossa a liderança no mercado com os sistemas integrados de pesagem (as nossas soluções SLV).
Sabemos que a empresa se encontra numa fase de reposicionamento da marca. Nesse sentido, explicite a estratégia que está a ser adotada e como a mesma contribuí para transformação digital da indústria.
Joaquim Monteiro (JM) – A Cachapuz tem, ao longo dos anos, investido no desenvolvimento de soluções tecnológicas que permitam às empresas responder de forma eficiente às suas necessidades reais, nomeadamente proporcionar uma maior eficiência na gestão das operações das unidades industriais.
Presentemente, estamos a apostar em criar e agregar valor acrescentado, as empresas não podem apenas disponibilizar um produto ou serviço, é necessário agregar conhecimento e tecnologia para criar relações estáveis e duradouras com os parceiros.
A nossa estratégia continuará a passar por investir em soluções tecnologicamente avançadas e expandir para um mercado global, inclusive dar continuidade às implementações das nossas soluções a nível nacional e internacional, incorporando gradualmente novos módulos e funcionalidades que as mantenham diferenciadoras e inovadoras nos sectores de mercado em que atuamos.

Joaquim Monteiro, Chief Operating Officer do Bilanciai Group

Consideram-se cada vez mais um parceiro na digitalização das empresas? Olhando para o panorama atual do país (em particular) e do mundo (em geral), é importante escolhermos o parceiro ideal? Aponte os fatores que fazem da Cachapuz uma escolha certeira.
CM – No nosso mercado, mantemos a liderança na conceção, produção e comercialização de equipamentos de pesagem e implementação de soluções de software e automação para a área industrial.
Internacionalmente somos, sem dúvida, uma referência na automatização e otimização de processos logísticos e temos soluções implementadas em unidades industriais de relevantes grupos empresariais de referência internacional, em particular na indústria do cimento. São soluções críticas e de alta disponibilidade que asseguram a automatização das operações logísticas de carga e descarga de camiões.
Garantimos aos nossos clientes o aproveitamento de todo o potencial da computação e automação para ajudar a que todo este processo seja otimizado, eficiente, inteligente e mais rápido.

Atualmente, a Cachapuz possui uma oferta integrada de soluções inovadoras, podemos quantificar as mais-valias que as mesmas apresentam e que aumenta a vossa competitividade face às demais empresas do sector?
JM – Dispomos de um conjunto de soluções integradas para gestão de pesagem, desenvolvido para responder às exigências da Indústria 4.0 e garantir a automatização das operações de pesagem, otimização e monotorização de procedimentos e análise de toda a informação.
A implementação das Soluções SLV permitem, por exemplo, aos nossos parceiros garantir a redução do tempo de conclusão de cada operação nas diversas áreas automatizadas e tempo de ciclo, aumentar o número de camiões despachados por dia, maximizando a capacidade de despacho/utilização da fábrica, o que pode levar a um aumento do volume de vendas de produtos acabados por dia e um maior controlo nas operações, diminuindo operações fraudulentas e erróneas. Além destes benefícios, permite ainda acompanhamento da unidade industrial em tempo real e acesso direto a relatórios e KPI completos e detalhados, que possibilitam um melhor entendimento do desempenho da fábrica, uma melhor tomada de decisão e a promoção da melhoria contínua.

A Cachapuz é um dos 18 membros da equipa Colab DTx, laboratório de investigação aplicada na área da transformação digital, em colaboração com a Fundação para a Ciência e Tecnologia e a Agência Nacional de Inovação. Esta parceria aumenta a vossa competitividade face às demais empresas do sector?
CM – Decisivamente, sim. Os projetos de investigação garantem inovação, no fundo, podemos afirmar que é a materialização no mercado de novas invenções. O DTx, em particular, tem como propósito ser um parceiro de referência na transformação digital dos seus associados assente nos pilares do conhecimento, competência, qualidade e paixão com que desenvolve a sua atividade. Neste momento, estamos a liderar o projeto NeWeSt em copromoção com o DTx, INL e Universidade do Minho que termina em junho de 2023, com um investimento na ordem dos 1.3 milhões de euros.
Estamos, também, a promover uma mudança de paradigma no ecossistema dos sistemas de pesagem, em termos de conceito e tecnologia, com a aquisição de dados IoT provenientes de novos sensores e dispositivos inteligentes, sua agregação numa plataforma cloud e disponibilização de uma arquitetura de micro serviços para desenvolvimento de uma nova oferta ao mercado.
Além do desenvolvimento de novos sensores e dispositivos inteligentes, os dados recolhidos serão tratados com recurso a inteligência artificial e a informação disponibilizada através de serviços inteligentes, contribuído para que os decisores possam usar essa informação para melhorarem os seus negócios. Por esse motivo, podemos afirmar que a tecnologia e a inovação são, sem dúvida, os grandes motores da Cachapuz.

Equipa Cachapuz

O roadmap de transformação digital na Cachapuz em termos de futuro desenvolve-se assente em que vectores? Que objetivos estratégicos estão delineados para que a Cachapuz continue a promover um ecossistema de inovação na região e a fazer chegar tecnologia ‘made in Braga’ ao mundo?
CM – Desde sempre, a inovação e tecnologia fazem parte do ADN da Cachapuz e estão, como sempre estiveram, ao serviço dos processos, das pessoas e dos produtos, tendo como foco o seu crescimento. A Cachapuz existe porque inova. Quem não inova, não sobrevive. Na Cachapuz, a inovação não é propriedade de ninguém, é uma responsabilidade de todos, transversal a toda a organização.
O roadmap de transformação digital na Cachapuz definido para 2022-2024 desenvolve-se em vetores como a transição e a criação de dispositivos inteligentes; a transição da unidade industrial para a interligação entre unidades industriais; entender a cloud como facilitador para promover novos modelos de cooperação e negócios e tirar proveito de novas tecnologias para criar novos produtos. Soluções móveis, inteligência artificial, IoT, blockchain irão transformar drasticamente o portfólio das soluções atuais da Cachapuz.

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